Folha promove encontro com leitores e bate-papo com colunistas

Grupo de 73 pessoas visitou a sede do jornal nesta terça (11)

São Paulo

“Se o governo federal cortar a verba publicitária destinada à Folha, que impacto isso terá?” 

A pergunta, feita por um leitor, foi respondida por Maria Cristina Frias, diretora editorial e de Redação: “O jornal depende pouco de verbas publicitárias do governo, que já diminuíram com o atual presidente. É um percentual pequeno em relação ao horizonte diversificado de anunciantes que o jornal tem, o que nos ajuda a ser independentes”.

O diálogo fez parte do encontro com leitores que a Folha promoveu ontem (11), na sede do jornal, em São Paulo. Um grupo de 73 pessoas conversou com os colunistas Ruy Castro e Hélio Schwartsman, além de tirar dúvidas com Maria Cristina, Sérgio Dávila, editor-executivo, e Fábio Zanini, editor de Poder. Tiveram a chance também de conhecer a Redação.

A repórter especial Cláudia Collucci guia grupo de leitores em visita à Redação da Folha, em São Paulo
A repórter especial Cláudia Collucci guia grupo de leitores em visita à Redação da Folha, em São Paulo - Gabriel Cabral/Folhapress

O consultor André Saab, 38, autor da pergunta, lia a Folha impressa só nos fins de semana, mas decidiu assinar todos os dias para apoiar financeiramente o jornal. “Eu me diverti muito nesse encontro. Parecia um menino pela primeira vez na Disney. Gosto demais dos textos do Ruy e admiro o Hélio, queria saber quantos livros ele lê por semana.”

Outro leitor, o engenheiro Alexander Strum, 72, fez a pergunta, e o colunista respondeu que “pelo menos um por semana”. “Depende, claro, do tamanho.” Não tem equipe que o ajude nessa tarefa.

Ruy Castro, colega de Hélio Schwartsman na página dois, disse que espicaçar o governo, seja ele qual for, é tarefa do jornalista. “Fiz colunas satíricas sobre Lula, sobre Dilma, que dava muita margem para gozação, e sobre o Temer, que tive o desprazer de ouvir na Feira de Frankfurt. Pretendo continuar assim.”

O advogado Luiz Augusto D’Urso, 27, questionou a decisão do jornal de sair do Facebook e perguntou se há planos de voltar à rede social. “Enquanto não mudar o algoritmo, que hoje privilegia fake news em detrimento do jornalismo profissional, não voltaremos”, respondeu Sérgio Dávila.

O editor-executivo provocou os colunistas presentes, perguntando se eles se consideram de direita ou de esquerda. Hélio afirmou que “gostaria de ver um mundo com mais liberdade e justiça social”, o que talvez o coloque como “centro-esquerda”.

Ruy Castro citou Millôr Fernandes: “Eu não gosto da direita porque é de direita. E não gosto da esquerda porque ela também é de direita”.

O pluralismo da Folha foi citado como um dos fatores que levaram o jornalista André Luiz Cardoso do Nascimento, 24, a tornar-se assinante neste ano. “Hoje o editor Fábio Zanini disse que, para manter o jornal atuante, o que a gente precisa fazer é continuar a ler. É o que eu pretendo fazer.”

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