Indígenas tentam reunião com equipe de Bolsonaro para pedir que Funai fique no Ministério da Justiça

Grupo também defende continuidade da demarcação de terras indígenas

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Brasília

Levados ao centro das discussões na transição de governo, lideranças indígenas tentam ser recebidas nesta quinta-feira (6) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) elaboraram uma carta com reivindicações.

A permanência da Funai (Fundação Nacional do Índio) e a continuidade da demarcação de terras indígenas são tratadas como pautas prioritárias pelo grupo.

Representantes de vários estados chegaram durante a manhã ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde Bolsonaro e a equipe de transição trabalham até a posse presidencial.

 

Nos últimos dias, o destino da Funai gerou debate no novo governo. Hoje, o órgão fica sob responsabilidade do Ministério da Justiça.

Primeiro, houve indicação de que a Fundação poderia ficar sob o comando do Ministério da Agricultura. Depois, ganhou força possível ida para a Pasta da Cidadania. Nova rodada de reuniões sobre o tema está prevista para esta quinta.

“Que pare essa especulação da Funai. O único ministério que tem preparo é o da Justiça. Cobramos a permanência da Funai no Ministério da Justiça”, disse o coordenador da Apib, Kretã Kayngang.

Índios foram ao CCBB, sede do governo de transição, tentar reunião com algum representante do governo de Bolsonaro; deixaram um documento com reivindicações dos povos que representam - Pedro Ladeira - 6.dez.2018/Folhapress

Após ser eleito, Bolsonaro também afirmou ser contra as demarcações. “No que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena”, disse à TV Bandeirantes em novembro.

Na carta, o grupo classifica as afirmações feitas por Bolsonaro nos últimos meses como fruto de visão retrógrada, autoritária, preconceituosa.

De acordo com o coordenador da Apib, o grupo pede apenas que seja respeitada a Constituição, que garante direitos aos indígenas.

“Falar, todo mundo fala. Até papagaio fala. A gente tem um direito constitucional. Ele vai ter que cumprir. Pode não ter sido eleito pelos povos indígenas, mas é um governo do Estado brasileiro”, disse.

Até o início da tarde, eles não haviam sido recebidos, mas protocolaram a carta na sede governo de transição.

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