Kassab diz poder comprovar origem de dinheiro apreendido e nega mesada da JBS

Ministro da Ciência foi alvo de mandado de busca cumprido pela PF nesta quarta (19)

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Brasília

Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira (19), o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações) afirmou que os cerca de R$ 300 mil apreendidos em sua casa em dinheiro vivo têm comprovação de origem.

Ele sustentou que a empresa suspeita de lhe repassar R$ 350 mil por mês de fato prestava serviços para a JBS.

“Os valores apreendidos [pela PF] possuem comprovação de origem, eles preenchem todos os requisitos legais e eles têm vinculação com o bloqueio de bens que eu tenho, o que me leva a adotar esse tipo de conduta”, disse Kassab à Folha.

O ministro teve bens bloqueados judicialmente neste ano em outra uma ação, a pedido do Ministério Público de São Paulo.

Na investigação que resultou na operação desta quarta, delatores da JBS, entre eles o empresário Wesley Batista, acusaram Kassab de receber, de 2010 a 2016, R$ 350 mil por mês ilicitamente por meio de uma empresa da qual o ministro foi sócio até 2014, a Yape.

A suspeita é que a empresa tenha feito um contrato de fachada para dar aparência de legalidade aos pagamentos mensais. A JBS afirmou que a Yape não prestou serviços, o que Kassab contesta.

“Prestou, está comprovado, o Poder Judiciário vai comprovar em breve a realização dos serviços. Esses serviços começaram a ser prestados antes mesmo de os atuais proprietários estarem à frente da empresa. São de diversas naturezas, no campo de transporte, de locações, de consultoria, de assessoria, tendo os serviços ampla documentação comprovando a sua realização."

Kassab também disse acreditar que a investigação, aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) em fevereiro, está em fase final e será arquivada após a operação desta quarta.

“Acredito que já esteja finalizando [o inquérito] e essas operações de hoje vão corroborar nossa convicção de que eles vão ter todos os elementos para arquivar. Todo o material que foi solicitado será encaminhado, até porque todos atestam os serviços prestados e a lisura das nossas ações”, disse.

As buscas foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República na segunda-feira (17) e autorizadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado, hoje no Supremo, já foi secretário municipal na época em que Kassab era prefeito de São Paulo (2006-2012).

“Tenho respeito pelo ministro Alexandre, sei da sua seriedade e confio plenamente na sua conduta. Posso afirmar que confio no Poder Judiciário, no Ministério Público, tenho profundo respeito por eles”, afirmou. 

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