Relembre as principais notícias falsas das eleições de 2018

Folha publicou reportagens para desmentir ou comprovar correntes compartilhadas nas redes

Diana Lott
São Paulo

Livro de Fernando Haddad (PT) incentiva sexo entre pais e filhos. Jair Bolsonaro (PSL) quer que Nossa Senhora Aparecida seja representada com pele branca. Lula é sócio majoritário da Folha.

As manchetes parecem absurdas em uma primeira leitura. Ou não.

A linha entre realidade e engodo ficou borrada em 2018, principalmente durante as eleições. Enquanto leitores tentavam navegar essa zona cinzenta, a Folha publicou dezenas de reportagens para desmentir —ou comprovar— correntes compartilhadas em redes sociais, boatos e declarações dos próprios candidatos.

Antes mesmo do resultado do segundo turno, diversas listas com nomes dos futuros ministros dos candidatos circularam nas redes.

O colunista da Folha Drauzio Varella foi unanimidade: estaria escalado para a pasta da saúde tanto no governo de Bolsonaro quanto no do candidato petista, Fernando Haddad.

Os filhos do então candidato do PSL também foram alvo de notícias falsas. 

Imagem que mostrava o deputado federal Flávio Bolsonaro vestindo uma camisa com dizeres preconceituosos contra os nordestinos foi amplamente compartilhada.

Era falsa. A camisa usada por Flávio na foto original de 2016 era lisa, sem inscrição.

Também eram falsas as duas versões de uma mesma imagem de Ivete Sangalo. A cantora segurava uma camiseta branca em que ora se lia “Lula Livre”, ora “Bolsonaro 17”. Ela não declarou apoio a nenhum partido.

 

“Estou escolhendo o cara certo para votar”, dizia um áudio de apoio a Bolsonaro atribuído ao padre Marcelo Rossi. Falso. Foi o apóstolo Rina Seixas, da igreja Bola de Neve, quem fez o registro.

Os venezuelanos que cruzaram a fronteira fugindo da ditadura de Nicolás Maduro protagonizaram duas correntes desmentidas pela Folha.

A primeira afirmava que uma empresa venezuelana teria obtido o código-fonte das urnas eletrônicas e, com ele, conseguiria gerar votos e fraudar o resultado das eleições.

O jornal mostrou que, durante o processo de licitação no qual a companhia participou, ela não teve acesso ao código. Tampouco foi contratada pelo Estado brasileiro.

A segunda, desmentida no mês seguinte, em setembro, relatava que os venezuelanos recém-chegados a Roraima podiam emitir título de eleitor e participar do pleito.

Apenas estrangeiros que passam pelo longo processo de naturalização adquirem o direito de votar. Para isso, é necessário que o documento eleitoral fosse emitido até o dia 9 de maio de 2018.

Lançado no início de julho, o serviço Folha Informações recebeu via WhatsApp milhares de mensagens de leitores com sugestões de informações para checagem. 

O jornal também participou do projeto Comprova, uma coalizão de 24 organizações de mídia brasileiras que visou identificar, checar e combater rumores e notícias falsas sobre as eleições de 2018.

Em tempo: não é verdade que livro de Haddad incentive o incesto. Bolsonaro nunca apoiou a mudança de cor da imagem de Nossa Senhora Aparecida. A Folha pertence 100% à família Frias. 

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