"Inovando de novo", diz o panfleto com a foto do deputado federal Fernando Giacobo (PR-PR) que, à primeira vista, pode parecer um resquício da campanha eleitoral que se encerrou em outubro de 2018.
Mas o parlamentar, que se reelegeu, tenta repetir o feito também em sua posição na Mesa Diretora: está em campanha eleitoral para manter a primeira-secretaria da Casa, espécie de prefeitura da Câmara.
Os panfletos são distribuídos por funcionárias contratadas para a função, que ficam posicionadas nos corredores da Casa usando uniformes com o nome do deputado estampado no peito. A Folha contou seis funcionárias posicionadas nos corredores que dão acesso aos gabinetes e às comissões na tarde desta terça-feira (29).
No papel dado aos deputados, está o slogan "menos conversa, mais resultado", e as promessas de campanha: "atendimento personalizado dos 512 deputados", "portas abertas", "racionalização para reduzir sistematicamente o custo da Casa" e "agilidade em todos os credenciamento" estão entre as propostas.
"Eu preciso mostrar um pouco do que eu fiz, o pessoal da Casa tem a impressão que eu sou um gângster por causa dos cortes que eu fiz", disse o deputado.
De acordo com o parlamentar, os gastos com as funcionárias e os panfletos foi pago por ele e devem girar em torno de R$ 10 mil.
O novo primeiro-secretário será escolhido pela Câmara na próxima sexta-feira (1º), assim como os demais membros da Mesa Diretora.
O PR de Giacobo fechou acordo com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para manter o posto, e o candidato oficial do partido é o atual secretário. No entanto todos os cargos vão a voto, e o deputado paranaense angariou antipatia em setores de diversos partidos.
Em seu partido, deve concorrer como avulsa a deputada Soraya Santos (PR-RJ). Aliados estimam que ela pode se eleger com a ajuda de votos vindos de deputados descontentes com Giacobo.
Além da primeira-secretaria, devem ser distribuídos ainda os cargos de vice-presidente, segundo vice, e mais três secretários e quatro suplentes.
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