Queiroz grava vídeo para justificar dança no hospital

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro disse que quis dar "cinco segundos" de alegria à enfermaria onde estava

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

O policial militar da reserva e ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, divulgou um vídeo neste sábado (12) para justificar o episódio em que aparece dançando no hospital Albert Einstein. 

Deitado em uma cama, sem camisa e coberto por um lençol branco, ele se diz revoltado com o vazamento das imagens e afirma que o momento capturado era de comemoração da noite de réveillon da família, dentro do hospital. 

"Foram cinco segundos que eu quis dar de alegria a uma tristeza que se tomava conta dentro da enfermaria que eu me encontrava", diz ele.

Queiroz foi citado em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como tendo feito movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, quando ocupava um cargo no gabinete de Flávio Bolsonaro, à época deputado estadual. 

O ex-assessor alegou questões de saúde para ter faltado a dois depoimentos no Ministério Público do Rio. Ele se internou no hospital Albert​ Einstein na virada do ano e diz ter sido submetido a uma operação para retirada de um tumor no intestino. 

No vídeo divulgado pelo seu advogado Paulo Klein, Queiroz negou que a gravação em que ele aparece dançando com sua mulher seria em momento de comemoração pelo não comparecimentos às oitivas na promotoria.

"É muita maldade. Eu fui submetido a uma cirurgia no dia 1º. Graças a Deus o tumor foi eliminado. Eu estou de pós-operatório aguardando tratamento médico. Tão logo acabe isso eu estarei pronto a esclarecer qualquer dúvida ao Ministério Público", disse Queiroz. 

Ainda não há data marcada para a oitiva do ex-assessor.  

Queiroz deu entrada no hospital no dia 30 de dezembro, passou por uma cirurgia no dia 1º e recebeu alta no último dia 8. Sua condição de saúde foi a justificativa para que ele e seus familiares não comparecessem a depoimentos agendados no Ministério Público do Rio. 

O nome de Queiroz, sua mulher, Marcia Aguiar, e suas filhas, Nathalia e Evelyn Queiroz constam de relatório do Coaf sobre movimentações financeiras atípicas de funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). 

O documento consta das investigações da operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio. 
O assessor movimentou R$ 1,2 milhão em um ano, em transações que segundo o Coaf eram "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional" de Queiroz. 

Em entrevista ao SBT, ele afirmou que os valores são referentes à compra e venda de carros. 

Em 2016, ele fez 176 saques em espécie e chegou a fazer cinco saques no mesmo dia, somando mais de 18 mil. No total as retiradas chegaram a R$ 300 mil. 

Movimentações atípicas não são provas por si só de crimes. A promotoria do Rio investiga se há alguma ilegalidade relacionada às operações financeiras do ex-assessor. 

O documento do Coaf mostrou que oito funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro realizaram repasses para Queiroz entre 2016 e 2017. As datas de depósitos e saques eram próximas às de pagamento da Alerj. 

Flávio Bolsonaro foi convidado a prestar esclarecimentos ao Ministério Público na última quinta-feira (10), mas ainda não está certo se irá comparecer. Como tem prerrogativa parlamentar, o senador pode indicar uma nova data para depoimento, ou até se recusar a ir ao órgão. 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.