Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Candidata pelo PSL fez depósitos e saques sucessivos em conta de campanha

Carmen Flores disputou eleição como 'candidata de Bolsonaro' no Rio Grande do Sul

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Porto Alegre

Candidata a um dos assentos gaúchos no Senado pelo PSL nas últimas eleições, Carmen Flores fez depósitos sequenciais em dinheiro na sua conta de campanha e depois sacou a soma das quantias depositadas. No total, foram 76 depósitos em espécie (sessenta com o próprio CPF) nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, após o fim do segundo turno. O caso foi revelado por GaúchaZH e confirmado pela Folha.

Conforme sua prestação de contas, a maioria dos depósitos era na quantia de R$ 1.000. Foram registrados também saques em quantias que somam os valores depositados, como saques de R$ 20 mil após vinte depósitos de R$ 1.000, por exemplo.

Candidata ao Senado pelo PSL, Carmen Flores, durante uma entrevista ao Jornal do Comércio, publicada em 3 de setembro de 2018 - Reprodução/JC/Youtube

Com 1,5 milhão de votos, Carmen Flores concorreu como a “candidata de Bolsonaro”. Ela presidia o PSL no Rio Grande do Sul, mas deixou a sigla no final do ano passado após desavenças internas. Ela deve se filiar ao DEM.

“Já saí desse partido justamente por causa das coisas que estão fazendo”, disse Flores à reportagem. Sobre a movimentação atípica, ela manifestou-se por meio do seu advogado.

Conforme Lucas Ceccacci, as contas da candidata ainda não foram julgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). “Aguardamos a análise técnica do Tribunal para manifestação. Toda movimentação [financeira] foi registrada e possui origem. A legislação eleitoral permite a arrecadação após o período eleitoral, até a prestação de contas”, explicou o advogado.

Carmen Flores, que concorreu ao Senado pelo PSL-RS, ao lado do então presidenciável Jair Bolsonaro
Carmen Flores, que concorreu ao Senado pelo PSL-RS, ao lado do então presidenciável Jair Bolsonaro - Reprodução/Facebook

Procurado, o TRE-RS afirmou que ainda não há data para julgamento das contas de Flores. O prazo para os candidatos que não foram eleitos é 31 de dezembro de 2019. De acordo com o órgão, candidatos que não tenham as contas abertas podem ser investigados judicialmente.

Flores arrecadou R$ 335,6 mil. Além do fundo partidário (R$ 200 mil), ela foi a segunda maior doadora da própria campanha, com R$ 59,6 mil.

Os depósitos em espécie somaram R$ 75,6 mil. A diferença entre o total depositado pela candidata (R$ 59,6 mil) e a soma dos depósitos em espécie (R$ 75,6 mil) durante os três dias é resultado de outros dezesseis depósitos feitos por uma terceira pessoa (sessenta pela candidata e dezesseis por um terceiro).

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.