Davi Alcolumbre desponta como trunfo eleitoral no Amapá

Após conquistar presidência do Senado, parlamentar do DEM quer reverter fracassos do seu grupo político no Executivo

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Macapá

Davi Alcolumbre (DEM-AP), o político de 41 anos que assumiu em 2 de fevereiro a presidência do Senado, tem manifestado em conversas recentes com políticos a satisfação com a façanha de, além de ter chegado ao topo do Congresso Nacional, carregar agora no currículo a vitória sobre dois caciques da política nacional, o ex-presidente da República José Sarney e o ex-ministro e presidente do Senado por quatro vezes, Renan Calheiros, do MDB.

Com isso, seu grupo político diz esperar agora que ele consiga reverter o histórico de fracasso nas tentativas de chegar a algum posto executivo no Amapá.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que superou caciques do MDB em eleições ao longo da trajetória política
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que superou caciques do MDB em eleições ao longo da trajetória política - Pedro Ladeira - 6.fev.2019/Folhapress

Apesar de ter feito, em valores declarados, a campanha mais cara ao governo do estado em 2018 (R$ 2,729 milhões), ele não conseguiu chegar nem ao segundo turno.

Seis anos antes havia tentado ser prefeito de Macapá, mas também não teve sucesso, ficou em quarto lugar.

Integrante de uma próspera família de empresários, cujos ascendentes de origem judaica migraram de Marrocos para a região norte do país há mais de cem anos, Davi foi o responsável por promover o batismo do aeroporto do estado, em 2009, com o nome de um tio, Alberto Alcolumbre.

A Folha conversou com aliados e adversários nos últimos dias. Uma avaliação comum a eles é que ainda é incerto como se dará a inusitada aliança regional entre o senador, que é do DEM, partido tradicional da direita, com o prefeito de Macapá, Clécio Luís, e o senador Randolfe Rodrigues —ambos da Rede de Marina Silva, com passagens pelo esquerdista PSOL.

Randolfe foi um dos principais cabos eleitorais da vitória de Davi sobre Renan para a presidência do Senado.

Davi e integrantes de seu grupo despontam como candidatos à sucessão de Clécio ou ao governo do estado, em 2022. Randolfe e Clécio também já se colocam como pré-candidatos em 2022.

Uma aposta do grupo do presidente do Senado para a Prefeitura de Macapá em 2020 é Joziel Alcolumbre, irmão e suplente do parlamentar, que tem participação na TV Amazônia, retransmissora do SBT no Amapá.

David Samuel Alcolumbre Tobelem —​Alcolumbre por parte materna e Tobelem por parte paterna—  começou cedo na política, tendo sido eleito vereador em 2000.

Dois anos depois conseguiu o primeiro de seus três mandatos como deputado federal, tempo em que integrou o chamado "baixo clero" do Congresso, que é o grupo de parlamentares com pouca expressão nacional.

Os ascendentes que chegaram ao Brasil no início do século 20 se estabeleceram no comércio local —o pai de Davi, Samuel, tinha comércio de autopeças— e expandiram os negócios no decorrer dos anos, o que inclui hoje ramificações no interior e em outros estados.

O primeiro integrante da família a entrar na política de forma mais dedicada foi um tio de Davi, Salomão, morto em 2011, que chegou a disputar o governo do estado em 1994 (foi derrotado) com o apoio de Sarney, um dos maiores caciques da política nacional, que estendeu do Maranhão ao Amapá sua atuação após a transformação do território em estado, no final dos anos 80.

Dono de apartamentos, casas, fazendas, aeronave e empresas no ramo de comunicação, combustíveis e postos de gasolina, entre outros, ele se elegeu suplente de Sarney no Senado em 1998 e 2006.

Seus filhos, Salomão Jr., Isaac e Jane —primos de Davi—, tocaram adiante os negócios do pai e a participação política. Issac, por exemplo, foi deputado estadual duas vezes.

Davi também começou na política sob a influência de política de Sarney e do ex-governador do Amapá Annibal Barcellos, morto em 2011. Em determinado momento de sua carreira, o hoje presidente do Senado se afastou dos dois, um a cada tempo.

Em relação a Sarney, de quem foi aliado por mais de dez anos, ostentava seu principal feito político até então —em 2014 ele se elegeu senador derrotando o candidato do ex-presidente, Gilvam Borges (MDB).

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