Desgastado, MDB terá direito a apenas um nome para Mesa Diretora do Senado

Apesar de ter a maior bancada da Casa, partido não indicará nenhum dos dois vice-presidentes

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Brasília

Desgastado pela derrota sofrida na disputa pela presidência do Senado no último fim de semana, o MDB terá direito a indicar apenas um nome para a Mesa Diretora da Casa, e não será nenhum dos dois vice-presidentes.

Ao partido de Renan Calheiros (MDB-AL) caberá apenas a Segunda Secretaria do Senado que, segundo o regimento interno, tem como função lavrar as atas das sessões secretas, lê-las e assiná-las depois do primeiro-secretário.

Sem forças e ciente de que precisa reconstruir pontes com outros partidos, a sigla preferiu não ir para  confronto durante a reunião de líderes desta terça-feira (5), que completou o desenho da Mesa Diretora que deverá ser confirmado na tarde desta quarta (6).

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM) pontuou na reunião que a Casa costuma seguir a proporcionalidade, ou seja, os maiores partidos escolhem primeiro as posições que vão ocupar, mas o senador optou por não polemizar, apesar de comandar a maior bancada, com 13 senadores.

"A proporcionalidade é um critério muito importante nas horas mais íngremes de um Parlamento. Se você não tem critério, acaba gerando impasses. Mas, obviamente, a gente reconhece que há uma circunstância política. Houve uma disputa, nós não a vencemos e eles estão colocando a Segunda Secretaria para o MDB", afirmou Eduardo Braga.

A primeira vice-presidência será do PSDB. O nome ainda não está fechado, mas deve ser o do senador Izalci Lucas (DF) ou o de Antonio Anastasia (MG). A segunda vice vai para o Podemos.

A Primeira Secretaria ficará com o PSD. A Terceira será do PSL, que indicará Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro e alvo de investigação por causa de movimentações financeiras atípicas e suspeitas sobre funcionários de seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

A Quarta Secretaria pode ficar com o PP ou com o PT. Quem perder fica com a primeira suplência. Os demais suplentes serão de PDT, PSB e PPS.

Apesar de uma nova reunião ter sido marcada para a próxima semana para definir o comando das comissões, a mais importante delas, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por onde passam todas as matérias para que se verifique a constitucionalidade delas, já está em debate.

O MDB reivindica a presidência da CCJ por ter a maior bancada. Mas o grupo contrário a Renan Calheiros aceitaria apenas se o nome indicado fosse Simone Tebet (MDB-MS), que enfrentou o senador alagoano na disputa interna pela presidência do Senado, o que acabou rachando a bancada.

Caso contrário, a comissão ficará com o PSDB e o nome mais forte, ao menos por enquanto, é o de Anastasia.

Internamente, o MDB já aceitou indicar Tebet, mas a sigla não quer dar sinais de que está cedendo à pressão externa.

"Não admitiremos interferência na bancada do MDB", disse Braga.

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