Petistas reagem a formação de bloco de PC do B e PDT com centro na Câmara

Articulação rachou esquerda, e PT pode perder direito a indicar o líder da minoria

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Brasília

Líderes petistas reagiram à movimentação de PDT e PC do B, que atuaram para isolar o partido na Câmara nesta sexta-feira (1º).

Deputados disseram que, caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregue a líder da oposição ao bloco liderado pelo PDT, estará passando por cima do regimento interno da Casa.

Eles argumentam que apesar de o grupo ser liderado por siglas de oposição, é composto por partidos que não são contrárias à gestão de Jair Bolsonaro (PSL), e portanto não teriam direito ao posto de líder da minoria. 

Maia, porém, afirmou à Folha que deve manter o posto com o bloco liderado por PT e PSB. 

Nesta sexta, PCdoB e o PDT reagiram à articulação petista e formaram um bloco de oposição com partidos de centro com objetivo de isolar o PT na Casa.

Pedetistas e comunistas se aliaram ao Podemos, Solidariedade, Patriotas, PPS, PROS, Avante, PV e Democracia Cristã, num bloco que hoje conta com 105 deputados.

Com isso, eles superaram os 97 deputados que compõem o bloco liderado pelo PT, que também inclui PSB, PSOL, Rede.

O efeito prático dessa articulação é que os petistas e pessebistas podem perder o direito a indicar o líder da minoria, um posto de representação da oposição que detém uma estrutura com cargos, além de tempo de fala no Plenário.

Os dois partidos já haviam firmado acordo para se revezarem nesta posição, que seria provavelmente dada ao PSB em 2019. 

Líderes do bloco da esquerda disseram que a movimentação com o centrão representa uma fissura "irreversível" com o PC do B, que até esta quinta-feira (31) cogitava a possibilidade de se unir ao grupo. 

Embora seja encabeçado por partidos que se opõem a Bolsonaro, o grupo do PCdoB e do PDT apoia a eleição de Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara. 

Tanto o PC do B quanto o PDT vêm atuando desde o fim das eleições presidenciais para construir uma força de oposição que exclua o PT.

O PDT, por exemplo, se ressente da pressão que o PT fez sobre o PSB para que os socialistas ficassem neutros no pleito presidencial. Isso desidratou a candidatura do presidenciável pedetista, Ciro Gomes. 

O tamanho do bloco do PDT também poderia causar problemas no acordo de Maia, uma vez que o grupo teria direito a uma suplência na Mesa, já prometida para o PSDB. Alinhados com o presidente, porém, os pedetistas aceitaram ceder o espaço para os tucanos, e a vaga ficará com a deputada Geovania de Sá (SC).

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