Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Presidente do Senado diz que crise do governo é 'problema familiar'

Davi Alcolumbre também afirmou que momento é de dificuldade para o Executivo, não do Legislativo e defendeu Bebianno

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Brasília

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reduziu a crise desencadeada após a Folha revelar esquema de candidaturas laranjas do PSL a um "problema familiar" e a um "momento de dificuldade" do governo, e não do Legislativo.

"É um problema familiar. Não posso entrar num problema familiar. Sou presidente do Senado", afirmou Davi nesta quinta-feira (13).

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado - Pedro Ladeira - 12.fev.2019/Folhapress

"Problema de relação todo governo teve. Em casa tem problema, as famílias têm problema. Imagina num governo."

Apesar de o tema ter dominado as discussões no Congresso, o senador tentou garantir que a crise está somente do outro lado da Praça dos Três Poderes.

"O governo tem que decidir este problema. Este problema não foi criado pelo Senado nem pela Câmara dos Deputados. A gente sempre viveu no Brasil muitos momentos de dificuldade. Este é um momento de dificuldade do governo federal, não é do Parlamento", declarou, asseverando não se considerar "um aliado do governo", mas um "aliado do Brasil".

Davi disse que está acompanhando a crise pela imprensa e defendeu o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral).

"Prestei atenção em uma parte da entrevista do ministro em relação ao partido. Acho que conduzir mesmo o Brasil, com tantas candidaturas, não era obrigação do ministro Bebianno. Não sou advogado dele, não estou aqui para defender o ministro Bebianno, mas acho que isso é uma questão partidária. O PSL vai ter que falar sobre isso", afirmou.

Folha revelou nesta semana um esquema de candidaturas laranjas do PSL nas eleições de 2018, quando Bebianno estava no comando do partido.

Em entrevista ao Jornal da Record na noite de quarta-feira, Bolsonaro admitiu a possibilidade da saída de Bebianno.

O presidente afirmou ainda que determinou à Polícia Federal que investigue o caso e que deu carta branca ao ministro Sergio Moro (Justiça).

Reportagem da Folha de domingo (10) revelou que o grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição. O dinheiro foi liberado por Bebianno.

Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.

A candidatura laranja virou alvo da Polícia Federal, da Procuradoria e da Polícia Civil.

Nesta quarta (13), a Folha revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada. O ministro nega qualquer irregularidade.

Nesta quinta, a Folha mostrou que a ata de uma reunião da Executiva Nacional do PSL realizada em 11 de julho do ano passado mostra que o partido do presidente definiu Gustavo Bebianno, então presidente interino da sigla, como o responsável pela distribuição de verbas públicas a candidatos nos estados na eleição de 2018.

O encontro também decidiu os critérios eleitorais que deveriam balizar os repasses dos fundos de campanha.​

 
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