Preso desde a noite de quinta-feira (21), o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) fez questão de que se registrasse, formalmente, o motivo pelo qual não prestou depoimento na tarde desta sexta-feira (22), na Superintendência da PF do Rio.
Temer pediu que constasse nos autos que não há sentido em falar quando já se é tratado com chefe de quadrilha há 40 anos, quando não exercia cargo público, sendo responsável por um desvio de R$ 1,8 bilhão”.
Diferentemente de Temer, o ex-ministro Moreira Franco prestou depoimento, negando participação em desvio de recursos públicos.
Temer está preso no cômodo que já funcionou como escritório do corregedor da PF. O cômodo foi totalmente lacrado para receber o ex-chefe de Estado que virou prisioneiro. As janelas foram cobertas com película negra, de modo que não é possível ver o que se passa dentro do aposento. Elas também foram vedadas para impedir eventual fuga.
Temer recebeu duas visitas: a de seu ex-ministro Carlos Marun, um dos fiéis escudeiros de seu governo, e a do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que já o defendeu no passado, mas diz ter ido à PF nesta sexta na condição "de amigo, para dar um abraço".
Segundo Mariz de Oliveira, Temer "está triste e aborrecido, mas tem muita esperança na Justiça".
O desembargador Antonio Ivan Athié, da 1ª Turma Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), marcou para a próxima quarta-feira (27) o julgamento do habeas corpus (pedido de liberdade) do ex-presidente.
Os advogados de Temer e de Moreira Franco não devem recorrer contra a decisão de submeter o pedido de habeas corpus ao plenário do TRF. Como a votação tem data marcada, eles preferiram esperar o resultado antes de qualquer recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
“A decisão é ponderada. Vamos aguardar”, disse o advogado Antônio Pitombo, defensor de Moreira.
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