Uma comissão do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (12) um requerimento para convidar o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) a esclarecer os casos de candidaturas de laranjas do PSL de Minas Gerais revelados pela Folha.
Como se trata de um convite, o ministro não é obrigado a comparecer. No entanto, é incomum que autoridades não atendam a solicitações do Congresso.
O convite foi feito pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor, que ainda definirá a data da audiência.
O requerimento foi apresentado pelo líder da minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com base em reportagens da Folha.
Desde 4 de fevereiro, o jornal mostrou que Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas, patrocinou um esquema de candidaturas de laranjas abastecidas com verba pública do PSL.
Na última quinta (7), a Folha revelou duas novas personagens: Zuleide Oliveira, que acusa o ministro de convidá-la a ser laranja, e Adriana Borges, que prestou depoimento apontando assessores de Álvaro Antonio como intermediários de uma negociação do esquema. O ministro nega as irregularidades.
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro avaliam como insustentável a permanência do ministro no cargo, mas o presidente tem sinalizado que gostaria de esperar a conclusão de inquérito instaurado pela Polícia Federal.
Inicialmente seria apresentado um requerimento de convocação—quando há obrigatoriedade de comparecer—, mas o ministro do Turismo pediu ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para articular a aprovação apenas de um convite para que ganhasse tempo.
Nesta terça-feira também foi marcada a ida do ministro Paulo Guedes (Economia) à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). O ministro comparecerá no dia 26 de março para discutir, oficialmente, a Lei Kandir e o endividamento crescente dos estados.
Na próxima terça-feira (19), a CAE fará uma audiência pública para entender os impactos fiscais da reforma da Previdência.
Serão convidados o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto, e o economista Paulo Tafner, além do ex-ministro da Previdência e ex-senador José Pimentel e do consultor legislativo do Senado Pedro Nery.
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