Veja 10 frases polêmicas de Bolsonaro sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar

Presidente já se declarou favorável à tortura e insinuou que repressão deveria ter sido mais dura

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou nesta quinta-feira (8) a chamar o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura militar, de "herói nacional".

Ustra foi condenado em segunda instância por tortura e sequestro no regime militar (1964-1985).

no final do mês passado, ao reclamar sobre a atuação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo, Bolsonaro disse que poderia explicar ao presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar.

Essas não foram as únicas defesas que Bolsonaro do regime ditatorial. Ele já disse que não houve golpe e insinuou que a repressão do Estado deveria ter sido mais dura.

Abaixo, veja outras 10 frases do presidente sobre o assunto. 

Negação da ditadura

"Temos de conhecer a verdade. Não quer dizer que foi uma maravilha, não foi uma maravilha regime nenhum. Qual casamento é uma maravilha? De vez em quando tem um probleminha, é coisa rara um casal não ter um problema, tá certo? [...] E onde você viu uma ditadura entregar pra oposição de forma pacífica o governo? Só no Brasil. Então, não houve ditadura."

Em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes (nesta terça, 27 de março de 2019)

"Eu mostrei, e hoje em dia grande parte da população entende, que o período militar não foi ditadura, como a esquerda sempre pregou. (...) Por que tinha censura muitas vezes? De acordo com o articulista, a palavra-chave que estava naquela matéria era para executar um assalto a banco ou até mesmo executar uma autoridade em cativeiro. Essa foi a censura."

Em entrevista ao Jornal da Band, da TV Bandeirantes (29 de outubro de 2018)

"31 de março de 1964, Devemos, sim, comemorar esta data. Afinal de contas, foi um novo 7 de setembro [...] O Brasil merece os valores dos militares de 1964 a 1985."

Em vídeo publicado nas redes sociais (31 de março de 2016)

 

Tortura

"Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. (...) o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói brasileiro."

Sobre o notório torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações) do 2º Exército entre 1970 e 1974.  Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, em sua gestão, a unidade militar foi responsável pela morte ou desaparecimento de ao menos 45 presos políticos.  Frase dita durante a sessão do Conselho de Ética que deveria votar a admissibilidade do processo de cassação por ele ter elogiado o coronel ao votar pelo impeachment de Dilma Rousseff [ "Pela memória do coronel Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff" ] (8 de novembro de 2016)

"O erro da ditadura foi torturar e não matar."

Em entrevista à rádio Jovem Pan (8 de julho de 2016)

"Pau-de-arara funciona. Sou favorável à tortura, tu sabe disso. E o povo é favorável também."

Em entrevista ao programa "Câmera Aberta", na TV Bandeirantes (1999)

 

Golpe

“Não houve golpe militar em 1964 ​"

Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura (30 de julho de 2018)

 

 

Assassinatos

“Errar, até na sua casa, todo mundo erra. Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece."

Sobre documento em que o chefe da CIA afirma que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) aprovou a continuidade de uma política de "execuções sumárias" de adversários da ditadura militar. Frase dita em entrevista à Rádio Super Notícia (10 de maio de 2018)

“ Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele."

Ao dizer que poderia explicar ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (29 de julho de 2019)

 

Vladimir Herzog

"Ninguém tem prova de nada (...) Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio"

 Sobre o jornalista morto na ditadura, em entrevista ao programa "Mariana Godoy Entrevista", da RedeTV! (7 de julho de 2018)

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