O presidente Jair Bolsonaro (PSL) saiu em defesa de seu filho na noite desta quinta-feira (25) e afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) tem liberdade para expor suas ideias nas redes sociais.
Nos últimos dias, o parlamentar apelidado de "pitbull" fez uma série de ataques ao vice-presidente Hamilton Mourão, gerando uma crise com o núcleo militar do Palácio do Planalto.
Para tentar superar o mal-estar, o presidente defendeu tanto Carlos como Mourão e disse que o episódio é "página virada", apesar de o vereador ter dado prosseguimento às críticas ao general da reserva.
"Sem problema nenhum. O Carlos tem a sua posição, a sua liberdade para expor as suas ideias no Twitter, onde quer que for, como uma pessoa qualquer", disse, em live semanal.
Na mesma gravação, o presidente contou que promoveu um café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (25) e disse que pediu para colocar o conteúdo no canal oficial do presidente no YouTube.
"Eu pedi autorização para eles [jornalistas] e eles concordaram que podemos publicá-lo. Nós estamos acertando aqui com o Carlos, que tem o canal nosso no YouTube, para publicar isso aí", disse.
O filho do presidente coordena, desde a campanha eleitoral, os perfis pessoais de Bolsonaro nas redes sociais. Na live, ele ironizou o fato de ter sido criticado por ter ficado três dias sem publicar conteúdos no Twitter.
"Uma jornalista me perguntou. 'Por que você está há três dias sem entrar no Twitter? O Carlos está bloqueando ou censurando?' Eu disse que até pouco tempo vocês estavam me massacrando que eu deveria governar e não ficar no Twitter. Eu fiquei três dias e você quer que eu volte?", questionou.
Mais cedo, após reunião no Ministério da Educação, Bolsonaro se irritou quando foi perguntado sobre a desavença entre Carlos e Mourão e ameaçou encerrar entrevista à imprensa.
"Se for nessa linha, acabo a entrevista”, disse.
Ao final, quando questionado se o governo estava pacificado, ele disse que estava "tudo resolvido". "Os problemas a gente vira a página e segue o destino”, disse.
Na live, o presidente disse também que, quando era mais jovem, pensou em seguir a profissão de consertador de eletrônicos e que fez um curso profissionalizante para arrumar televisões e geladeiras.
"Por que fiz o curso? Porque o tenente não ganhava bem e eu ficava revoltado quando estragava geladeira e me cobravam muito", disse. "Se hoje em dia fosse exercer essa profissão, ia ganhar muito mais do que gente que tem um curso superior", acrescentou.
Ele orientou também a população a enviar ao governo sugestões de mudanças de decreto que estejam em vigor e disse que a AGU (Advocacia-Geral da União) enviará ao STF (Supremo Tribunal Federal) posicionamento contrário à legalização dos jogos de azar.
Presente na live, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que não há risco do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ser cancelado neste ano. Ele disse ainda que a avaliação não deve apresentar conteúdo que chamou de "ideológico".
"O risco de não ter Enem neste ano está totalmente afastado. Podem continuar estudando. Acho que questões ideológicas e polêmicas do passado não vão acontecer neste ano", disse.
O presidente reafirmou que fará um pente-fino, para identificar fraudes e irregularidades, na concessão do seguro-defeso que é pago a pescadores do país.
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