Haddad diz que 'calendário de Moro' demonstra que ex-juiz não entende de provas

Petista esteve em Porto Alegre para início da 'Caravana Lula Livre', que marca um ano da prisão do ex-presidente

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Porto Alegre

Candidato a presidente nas últimas eleições, Fernando Haddad (PT) criticou o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL), Sergio Moro, nesta sexta-feira (5), em Porto Alegre. Para Haddad, a foto com um calendário publicada por Moro na sua estreia no Twitter como prova de sua identidade demonstra que o ex-juiz não sabe o que é uma prova.

A crítica foi feita exatamente um ano após Moro, na época juiz em Curitiba, determinar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 5 de abril de 2018.

O ex-presidenciável Fernando Haddad durante evento na UFRGS, em Porto Alegre, que marcou o início da 'Caravana Lula Livre'
O ex-presidenciável Fernando Haddad durante evento na UFRGS, em Porto Alegre, que marcou o início da 'Caravana Lula Livre' - Leandro Molina/Divulgação

"Vamos combinar, não sei se vocês viram ontem. O Moro postou uma foto dele com um calendário para provar que era ele. é mais ou menos o que aconteceu com o processo do Lula. Ele entendeu que o negócio [calendário] era uma prova. E ninguém chegou para ele e falou 'não é prova'. Esse calendário não prova nada a respeito da tua identidade", disse Haddad.

A crítica arrancou risos da plateia, formada sobretudo por estudantes em um ato na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Haddad estava acompanhado de Manuela D'Ávila (PC do B), vice na sua chapa em 2018.

O compromisso foi seguido por uma caminhada no centro da capital gaúcha para marcar o início da Caravana Lula Livre. Depois de Porto Alegre, a caravana vai a Florianópolis, no sábado (6), e para Curitiba, onde Lula está preso, no domingo (7), data de um ano da prisão do ex-presidente.

"Queremos uma Justiça imparcial. Não pode ser uma Justiça que penda para um lado, que tenha partido", disse Haddad.

Ex-ministro da Educação, ele também criticou Ricardo Vélez, atual titular da pasta. "Não pode falsificar a história", falou sobre a declaração de Vélez sobre alterar livros didáticos para ensinar que a tomada da presidência em 1964 pelos militares não foi um golpe. "Não adianta ministro apagar livro de história, história não se apaga e não se muda", disse antes Manuela.

"Bolsonaro tem medo de vocês. Ele morre de medo de estudantes, de professores, de negros... Ele tem medo de tudo que não é parecido com ele. Por isso ele enaltece a ditadura", disse Haddad sobre seu adversário na eleição. "Ele está habituado a impor, daí a dificuldade que esse governo enfrenta", acrescentou.

Haddad também criticou o uso que Bolsonaro faz do Twitter. "Ele perde um tempo precioso monitorando o que a gente pensa nas redes sociais", falou.

Antes do início do ato, a plateia entoava os dizeres "Bolsonaro, vou te dizer, democracia é maior do que você". 

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