De Witzel a Dilma e Damares: relembre casos de políticos que inflaram seus currículos

Governador do Rio não foi o único a ser contestado sobre carreira acadêmica

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São Paulo

O ex-juiz federal e governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) não é o único político que inflou seu currículo acadêmico ao registrar ter sido aluno de universidade que, na verdade, nunca frequentou. 

Witzel adicionou ao seu currículo Lattes, plataforma acadêmica, um período de intercâmbio na universidade de Harvard, nos Estados Unidos, uma das mais reconhecidas do mundo. O governador, no entanto, nunca foi aluno da faculdade norte-americana, conforme revelou o jornal O Globo.

O governador é estudante de doutorado no departamento de Ciência Política da UFF (Universidade Federal Fluminense) e, segundo sua assessoria, ele registrou no Lattes a intenção de fazer o período sanduíche em Harvard, uma vez que seu doutorado consta como em andamento. 

A bolsa-sanduíche proporciona que o aluno de doutorado complete parte do curso em uma universidade parceira no exterior.  Witzel não é um caso isolado. Relembre outros, a seguir.

Damares Alves - A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, por exemplo, já se apresentou em eventos como “uma advogada” que é também “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito da família”.

Após ser questionada pela Folha sobre em quais instituições ela teria cursado as especializações, a assessoria de imprensa do ministério informou que Damares não possui esses títulos acadêmicos

Damares afirmou que seu título tem a ver com o ensino bíblico. “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico.”

Ricardo Salles - Seu colega de Esplanada, Ricardo Salles (Novo), ministro do Meio Ambiente, também não é mestre em direito público pela Universidade Yale, nos Estados Unidos, como foi informado pela imprensa em diversas ocasiões. 

Em artigo publicado por Salles em 2012 na seção Tendências/Debates da Folha incluía, em sua biografia, a formação em Yale. O erro foi revelado pelo site The Intercept Brasil.

À Folha o ministro confirmou que não estudou em Yale e disse que o equívoco foi cometido por sua assessoria de imprensa, que, segundo ele, enviou o texto ao jornal em 2012. A Folha tem a seção Erramos para retificar informações incorretas, mas Salles não procurou o jornal para corrigir o erro. 

Salles é formado em direito pela Universidade Mackenzie. Ele fez especialização em administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em direito na Universidade de Coimbra, em Portugal, segundo o site do Ministério do Meio Ambiente. 

Dilma Rousseff - A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando era ministra, também teve o currículo contestado. Na época, Dilma admitiu que não concluiu os cursos de mestrado e doutorado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), mas afirmou não saber quem havia inserido essas informações em seu Lattes. O currículo acadêmico, porém, tem certificado digital do autor. 

A petista afirmou ter cumprido todos os créditos do mestrado e do doutorado, mas não finalizou a dissertação. A revelação dos erros foi feita pela revista Piauí. 

Celso Amorim - O ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim foi outro que exagerou o currículo publicado na página do Itamaraty. O chanceler do governo Lula (PT) dizia ter doutorado em ciência política pela London School of Economics (LSE), mas a instituição informou à revista Exame que o doutorado nunca foi concluído. 

Fora do mundo político, a química e professora Joana D'Arc Félix passou por contestação semelhante. Ela também citou em seu currículo acadêmico que estudou em Harvard, o que acabou desmentido. Posteriormente, pediu desculpas. 

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