Em convenção do PSDB, Doria acena a partidos de centro e velha guarda tucana

Num discurso próximo ao de Bolsonaro em alguns momentos, governador de SP voltou críticas ao PT

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Brasília

Na convenção do PSDB para definição da nova cúpula do partido, nesta sexta-feira (31), o governador João Doria (PSDB-SP) foi diplomático com a velha guarda tucana, fez discurso com semelhanças aos do presidente Jair Bolsonaro (PSL), acenou a siglas de centro e voltou suas críticas ao PT.

Padrinho do novo presidente nacional do PSDB, o ex-deputado federal Bruno Araújo (PE), subiu em um banquinho para discursar, ficando mais alto que os demais no palco. Araújo substitui o ex-governador Geraldo Alckmin (SP), derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O governador de São Paulo, João Doria, com o novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, de braço levantado, e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo, João Doria, com o novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin - Pedro Ladeira/Folhapress

A fala de Doria foi marcada por reiterados momentos em que defendeu políticas públicas, os mais pobres e a diversidade de gênero, raça e credo, na linha do discurso levantado por Alckmin. O ex-governador foi padrinho político de Doria, mas os dois se afastaram

Em geral, Doria tem adotado um discurso mais à direita, enquanto os caciques tucanos defendem a social-democracia. Ele chegou a dizer que quem não concordasse com seu novo PSDB deveria sair da sigla. Mesmo assim, nesta sexta, Doria acenou os mais antigos do partido em que está desde 2001.

"As raízes devem ser mantidas. Não precisamos apagar nossa história. É isso que o povo espera do PSDB, que respeite sua história, mas que também seja protagonista de sua história. Não é preciso apagar a história nem negar a história, mas se queremos fazer a história será com os jovens, com as mulheres, os desvalidos, aqueles que precisam de políticas públicas", afirmou Doria.

"Geraldo Alckmin passa o bastão nesta corrida, que é a corrida pelo Brasil melhor, ao Bruno Araújo, com os mesmos bons princípios que Geraldo Alckmin teve à frente do PSDB. É a continuidade na inovação e na transformação", disse o governador tucano.

Doria também fez aceno aos partidos de centro. Cumprimentou nominalmente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente nacional do MDB, Romero Jucá (RR), presentes na convenção, além de fazer menção aos representantes de PL (ex-PR), Cidadania, PP e PRB.

 

Ao citar os cerca de 13 milhões de desempregados, voltou seus ataques ao PT. "O PSDB só tem uma bandeira, que é verde e amarela, não é vermelha", afirmou, num momento em que se aproximou do tom adotado por Bolsonaro.

Mais adiante, Doria adotou um tom mais nacional em sua fala. "Sou brasileiro e amo a minha pátria. Amo São Paulo, mas, antes de amar São Paulo, amo meu país."

Pedindo que o público não perdesse a esperança e acreditasse no Brasil, defendeu a democracia.

"O PSDB não tem medo do voto. O PSDB vota e acredita na democracia. Por isso acredito no Brasil, no novo PSDB, sem desvincular do PSDB ao qual estou filiado dede 2001", declarou.

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