Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

'Funai tem de ficar com mamãe Damares, não com papai Moro', diz ministra

Titular da pasta de Direitos Humanos faz apelo em meio à reestruturação administrativa do governo

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Brasília

Com o risco da reestruturação administrativa feita pelo presidente Jair Bolsonaro ser alterada, a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, fez um apelo nesta quarta-feira (8) para que a Funai (Fundação Nacional do Índio) permaneça subordinada à sua pasta.

Em evento no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ela afirmou que está brigando com o ministro da Justiça, Sergio Moro, que também participava da solenidade, pelo comando do órgão federal e ressaltou que não faz sentido que ele deixe os Direitos Humanos.

"Hoje é dia de briga e eu estou brigando com o ministro Sergio Moro aqui. Estou brigando pela Funai, que vai ficar comigo", disse à plateia, que tinha a presença de deputados federais. "A Funai tem de ficar com mamãe Damares, não com papai Moro. Lugar da Funai é nos direitos humanos."

Diante da declaração da ministra, Moro interrompeu o discurso de Damares para esclarecer que a reivindicação para que a Funai volte para a Justiça não é dele. A pressão tem sido feita por líderes partidários, sobretudo de partidos do chamado centrão.

"Eu não tenho interesse de ficar com a Funai", rebateu Moro.

O centrão é formado por partidos que, apesar do discurso geral de apoio ao governo Bolsonaro, não têm se alinhado automaticamente ao presidente. São associados por bolsonaristas como a "velha política". Inclui parlamentares do DEM, PP, PSD, PR, PTB, PRB, Pros, Podemos, Solidariedade, entre outras siglas menores.

Nesta quarta-feira (8), deve ser votado em comissão mista o relatório do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), sobre a medida provisória que instituiu no início do ano a reestruturação administrativa do governo.

A iniciativa extinguiu pastas e transferiu órgãos, reduzindo de 29 para 22 as pastas com status de ministério. Além da mudança na Funai, partidos do centrão defendem que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) saia da Justiça e volte para a Economia.

Para evitar as mudanças, o presidente já aceitou desmembrar o Desenvolvimento Regional em duas pastas: Cidades e Integração Nacional, como era no governo Michel Temer (MDB). Mesmo assim, líderes partidários defendem mais alterações.

Se a medida não passar, volta a composição de ministérios do governo anterior, incluindo a restauração do Trabalho e da Cultura. A criação e extinção de ministérios precisam ser autorizadas por lei. O prazo para evitar que a medida caduque termina em 3 de junho.

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