Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Mourão diz que polêmicas envolvendo Olavo são 'questão paroquial'

Vice-presidente já foi chamado de 'cara idiota' pelo escritor, que é defendido por Bolsonaro e seus filhos

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Belo Horizonte

O vice-presidente Hamilton Mourão chamou de “questão paroquial” as polêmicas envolvendo o escritor Olavo de Carvalho, que há semanas vem fazendo críticas nas redes sociais aos militares do governo Jair Bolsonaro.

“Essa questão do Olavo, o presidente já colocou que é muito claro, página virada. Todas as questões que falei aqui são muito mais importantes que essa questão paroquial”, afirmou ele a jornalistas, após um evento com empresários em Belo Horizonte nesta quinta-feira (9).

Mourão, que já foi chamado de “cara idiota” pelo escritor, teria recebido ordem de parar com entrevistas para evitar a linha de tiro de Olavo e dos filhos de Bolsonaro, segundo informações publicadas na coluna de Mônica Bergamo.

Após a pergunta sobre seu posicionamento diante do pedido por moderação, o vice falou rapidamente e deixou a entrevista coletiva. Mourão não respondeu nem sobre a previsão de corte de 44% no orçamento das Forças Armadas.

A coluna da Folha informa ainda que a decisão pelo silêncio foi tomada antes dos ataques de Olavo direcionados ao ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz.

As declarações de Olavo sobre Santos Cruz levaram o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que também integra o gabinete de Bolsonaro, a sair em defesa do colega e da instituição, chamando Olavo de “Tróstki da direita”.

Villas Bôas ainda culpou o escritor radicado nos EUA por ser o “pivô de todas as crises” do governo e disse que ele “não contribui”.

Na terça-feira (7), Bolsonaro resolveu se manifestar e saiu em defesa de Olavo, a quem chamou de “ícone”. No dia 1º, o vice e o escritor estavam na lista de 36 pessoas condecoradas pelo presidente com a Ordem do Rio Branco.

Entre os homenageados, também estava o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que acompanhou a agenda de Mourão nesta quinta-feira na capital mineira. Um dia antes, Zema se reuniu com Bolsonaro e os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre (ambos do DEM).

Segundo ele, seu governo está “bem alinhado com o governo federal”.

“Precisamos reverter a direção [do país, que andava para trás] e o governo federal, com sua pauta liberal, com suas reformas, está totalmente dentro desse contexto”, disse Zema a jornalistas.

A agenda de Mourão no estado teve apenas o evento reunindo as principais entidades empresariais de Minas Gerais. O vice-presidente falou por cerca de 40 minutos em uma palestra fechada à imprensa. O conteúdo só será divulgado posteriormente.

Mourão disse que a visita foi um convite do governo Zema, na qual apresentou o cenário do que “estamos vivendo no país” e como o governo de Bolsonaro pretende enfrentar “desafios”.

Ele citou o pacote de medidas para a segurança pública, a reforma da Previdência e “as pequenas medidas” que estão sendo tomadas pelo Ministério da Economia como exemplos.

“Quero colocar que a questão da nova Previdência é uma grande responsabilidade de nós, mais velhos, para que a juventude do Brasil efetivamente tenha um futuro. Caso contrário, nós estaríamos fugindo das nossas responsabilidades e deixando vocês aí tendo que trabalhar até o último dia que viverem nessa Terra”, declarou.

Em seguida, Mourão voltou a Brasília, onde deve despachar à tarde com Bolsonaro sobre o que será debatido na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação, durante visita de Mourão à China neste mês.

“Os dois aspectos principais, na decisão do presidente, é a mensagem política que vamos transmitir ao governo chinês e o nosso posicionamento em relação a [iniciativa] belt and road”, afirmou, se referindo a estratégia do governo chinês que envolve a rota da seda e investimentos em países da Europa, Ásia e África.

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