Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Veja como votaram os deputados sobre a retirada do Coaf da pasta de Moro

Episódio representa uma nova derrota do ministro da Justiça no governo Bolsonaro

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São Paulo

A aprovação do texto-base da MP 870 pela Câmara dos Deputados é importante para Jair Bolsonaro (PSL) para tentar manter a redução de pastas implantada no começo do mandato, mas representa uma derrota para seu ministro da Justiça, Sergio Moro.

Isso porque os parlamentares decidiram em separado pela retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da alçada do Ministério da Justiça, devolvendo o órgão para o Ministério da Economia.

O ministro Sergio Moro (Justiça), que perdeu o Coaf e amargou nova derrota no governo
O ministro Sergio Moro (Justiça), que perdeu o Coaf e amargou nova derrota no governo - Pedro Ladeira - 7.mai.2019/Folhapress

​Por 228 votos a 210, o órgão que faz relatórios sobre movimentações financeiras suspeitas e que Moro considera estratégico no combate à corrupção voltará a ser da alçada do Ministério da Economia, de acordo com a versão que recebeu aval dos deputados. Após a Câmara finalizar a votação dos destaques, o texto vai ao Senado.

Apesar do discurso do governo de que a permanência do órgão na Justiça era fundamental para o combate à corrupção, venceu a pressão de integrantes do centrão e da oposição, em uma derrota que expõe a fragilidade da base aliada do governo federal no Congresso.

O ex-juiz, que ficou conhecido por ser um dos expoentes da Operação Lava Jato, disse que lamentava o resultado da votação. "Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) e o plano de fortalecimento do Coaf."

Veja abaixo como votaram os parlamentares na retirada do Coaf do Ministério da Justiça.

RECUOS E DERROTAS DO SUPERMINISTRO MORO

Perda do Coaf
Criado em 1998, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Ao assumir a Presidência, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia (antiga Fazenda) e o colocou na pasta de Moro, a Justiça. O ex-juiz acabou derrotado depois que a comissão especial do Congresso que analisa a reestruturação administrativa devolveu o Coaf à Economia

Pacote anticrime parado
Principal iniciativa de Moro no ministério, proposta pouco avançou no Congresso, em meio a atritos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disse que projeto era "copia e cola" e Moro, um "funcionário de Bolsonaro" depois de o ex-juiz cobrar agilidade na tramitação do pacote

Decreto das armas
Seu primeiro revés foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve sua sugestão ignorada de limitar o registro por pessoa a duas armas —o decreto fixou o número em quatro

Laranjas
No caso do escândalo de candidaturas de laranjas, enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a PF iria investigar se “houvesse necessidade” e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema

Caixa dois
Por ordem do Palácio do Planalto, a proposta de criminalização do caixa dois, elaborada pelo ministro da Justiça, vai tramitar separadamente do restante do projeto anticrime

Ilona Szabó
Moro teve de demitir a especialista em segurança pública por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona Szabó já se disse contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas e criticou a ideia de ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro

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