Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro diz que saída de Santos Cruz constrange, mas 'separação foi amigável'

De acordo com presidente, demissão não se deveu a episódio específico, mas 'alguns problemas aconteceram'

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Brasília

Um dia depois de demitir o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo, o presidente Jair Bolsonaro disse que a decisão de tirá-lo do governo foi "constrangimento para os dois", mas comparou o episódio a uma relação conjugal ao dizer que houve uma "separação amigável". 

A declaração foi feita na manhã desta sexta-feira (14), durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, incluindo a reportagem da Folha.

Jair Bolsonaro responde perguntas durante o café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (14)
Jair Bolsonaro responde perguntas durante o café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (14) - Marcos Corrêa/PR

De acordo com Bolsonaro, a saída de Santos Cruz não se deveu a nenhum episódio específico, mas disse de forma genérica que "alguns problemas aconteceram". "Não houve gota d'água", afirmou. 

Bolsonaro disse ainda que existe um grande companheirismo com Santos Cruz, quem conheceu ainda na década de 1980.

Segundo ele, embora considere que Santos Cruz "cumpriu sua missão" à frente da Secretaria de Governo, as portas estão abertas para que ele ocupe outro cargo em sua gestão e que "seria muito bom" se ele aceitasse alguma função. 

O presidente disse ainda que após a saída de Santos Cruz, ele deve fazer algumas modificações na estrutura da pasta e nas funções a ela atribuída. O cargo será assumido pelo general Luiz Eduardo Ramos, a quem Bolsonaro elogiou como alguém que tem "bom relacionamento com a imprensa".

Bolsonaro negou ainda que a demissão de Santos Cruz tenha alguma relação com críticas feitas pelo escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, e pela ala ideológica de seu governo, ligada aos filhos do presidente.

Ele disse não ter visto "nenhuma comemoração" nas redes sociais sobre a saída do ministro.

Filho

Desde que chegou ao Planalto, em janeiro, Santos Cruz se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho. A comunicação de governo era um dos principais pontos de disputa. ​

Antes de Santos Cruz, já haviam sido demitidos por Bolsonaro os ministros Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), por causa da crise das candidaturas de laranjas do PSL, e Ricardo Vélez Rodríguez (Educação), pelas falhas de gestão na pasta.

No caso de Bebianno, a queda também ocorreu em meio a embate com a ala ideológica do governo e após ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), estrategista do presidente nas redes sociais. 

Questionado sobre a interferência do filho Carlos no governo, o presidente disse que há dois meses ele está afastado de suas contas das redes sociais.

“Há dois meses que não tem interferência dele nas redes sociais”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro reconheceu que “tem uma atenção especial” pelo filho e que costuma ouvi-lo, mas ponderou que nem sempre acata suas opiniões.

Ele disse que o vereador “às vezes exagera”, mas que “está contido neste ímpeto”.

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