Descrição de chapéu Lava Jato

Lula foi vítima de manipulação das leis com fins de perseguição política, diz defesa

Advogados do ex-presidente divulgaram comunicado em que pedem 'o restabelecimento urgente da liberdade plena de Lula'

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São Paulo

A defesa do ex-presidente Lula afirmou em nota neste domingo (9) que o vazamento de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da operação Lava Jato confirmam uma trama já denunciada pelos advogados, "com o objetivo preestabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-presidente". A troca de mensagens foi divulgada pelo site The Intercept Brasil. 

"A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades. A esse cenário devem ser somadas diversas outras grosseiras ilegalidades", continuou o comunicado.

No fim, o documento pede o "restabelecimento urgente da liberdade plena de Lula" e afirma que o ex-presidente é vítima de  “lawfare”, termo usado para definir manipulação das leis com fins de perseguição política.

Na troca de mensagens, membros da força-tarefa fazem referências a casos como o processo que culminou com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex de Guarujá.

Em outro trecho das conversas vazadas, Moro cobrou o procurador em 2017 sobre uma tentativa de adiar o primeiro depoimento do petista como réu em Curitiba. Um pedido da defesa para reagendar o interrogatório acabaria sendo negado pela Justiça.

"Que história é essa que vcs querem adiar? Vcs devem estar brincando”, escreveu Moro a Dallagnol. "Não tem nulidade nenhuma, é só um monte de bobagem", continuou, questionando contestações que existiam à realização do depoimento.

Um outro episódio da Lava Jato abordado na troca de mensagens é o pedido de entrevista com o ex-presidente na prisão barrado na Justiça no ano passado. Segundo conversas reproduzidas pela reportagem, procuradores do MPF envolvidos na Lava Jato reagiram com indignação à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de autorizar a Folha a entrevistar Lula pouco antes do primeiro turno.

Derrubada no mesmo dia, a permissão só voltaria a ser concedida pela corte neste ano —o jornal entrevistou o petista em Curitiba em abril.

Reportagem da Folha na última quinta-feira (6) mostrou que a defesa de Lula argumentará no STF que a Lava Jato produziu relatórios sobre 14 horas de conversas gravadas entre advogados do ex-presidente, o que contraria a legislação.​

A defesa também citou na nota a acusação de que membros da Lava Jato interceptaram o principal ramal do escritório de advocacia "para que fosse acompanhada em tempo real a estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do ex-presidente".

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