Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Relação de Bolsonaro com Moro é de 'sã camaradagem e confiança', diz porta-voz

É a primeira manifestação presidencial sobre Moro após vazamento de mensagens de ex-juiz

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Brasília

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta quarta-feira (12) que a relação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com o ministro Sergio Moro (Justiça) é de "sã camaradagem e confiança".

Esta é a primeira manifestação do presidente sobre Moro a respeito do vazamento de mensagens trocadas por ele com o procurador Deltan Dallagnol, no domingo (9).

"Não apenas com ele, mas relacionando-se com todos os ministros do governo num ambiente de sã camaradagem e confiança", respondeu Rêgo Barros ao ser questionado sobre o caso de Moro. 

O general foi questionado se o vazamento de conversas entre o ex-juiz da Lava Jato e o procurador da operação poderiam afetar uma possível indicação do ministro ao STF (Supremo Tribunal Federal). Bolsonaro disse recentemente que pretende indicar Moro para a corte. 

"Seria prematuro nós avançarmos qualquer comentário com relação a esse assunto porque evidentemente isso está por demais longe no nosso horizonte e qualquer ilação não contribuiria para a serenidade tão importante neste momento do governo."

O titular da Justiça foi recebido em um almoço por Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta quarta junto do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. 

De acordo com o porta-voz, foram tratados no encontro dois assuntos: "o vazamento das supostas mensagens e informações e a possibilidade de reforçar o trabalho da Polícia Federal com relação ao atentado que o presidente sofreu em 6 de setembro", disse. 

Ainda sobre o caso de Moro, Rêgo Barros disse que o presidente acompanha o caso "com a serenidade que deve ser natural a um chefe de poder e em especial ao chefe do poder Executivo".

Câmara

Para minimizar as críticas, Moro se apresentou voluntariamente para prestar esclarecimentos ao Senado na próxima semana para evitar ser convocado.

Na próxima quarta-feira (19), ele irá à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa para dar explicações depois do vazamento das mensagens.

Além disso, o ex-juiz também deve comparecer à CCJ da Câmara no dia 26 de junho, uma quarta-feira. Não houve aprovação de convite ou convocação do ministro no colegiado. 

Segundo o presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), foi a equipe de Moro que propôs que ele fosse à Casa.  

A audiência na CCJ deve contemplar também os membros da comissão de trabalho, que aprovaram convite para que o ex-juiz fosse explicar as mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil. 

Por ser um convite, Moro não é obrigado a comparecer.

O vazamento de mensagens de Moro e de outras pessoas que atuaram na Lava Jato é alvo de ao menos quatro investigações conduzidas pela PF. 

A conduta do ministro como então juiz da Lava Jato tornou-se alvo de discussões após o site The Intercept Brasil ter publicado no domingo conversas em que ele troca colaborações com Dallagnol sobre a Lava Jato.

Moro, que hoje é ministro da Justiça do governo Bolsonaro, foi o magistrado à frente da operação em Curitiba. Ele deixou a função ao aceitar o convite do presidente, em novembro, após a eleição. ​O site informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram, de 2015 a 2018.

Desde que o conteúdo foi publicado, Bolsonaro ainda não havia comentado o caso e chegou encerrar abruptamente uma entrevista, na terça, quando foi questionado sobre o tema. 

Filhos e familiares do presidente vêm defendendo Moro e falam em "ação orquestrada" contra ele e contra a Lava Jato.

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