Sem aval de Haddad, petistas defendem que atos por educação preguem 'Lula livre'

Festival no centro de São Paulo reuniu artistas e apoiadores do ex-presidente da República

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São Paulo

Líderes do PT afirmaram neste domingo (2), em evento organizado em São Paulo em apoio a Lula, que não há como dissociar a defesa da educação pública da pauta pela liberdade do ex-presidente da República.

"Lula e educação são inseparáveis. Essa moçada está indo às ruas pelo legado que Lula deixou nesse país", disse a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, nos bastidores do palco montado na praça da República, centro de São Paulo, onde artistas fizeram apresentação em prol da liberdade de Lula, que está preso desde abril de 2018.

Festival Lula Livre, em São Paulo, que reuniu artistas se apresentando e defendendo a liberdade do ex-presidente Lula
Festival Lula Livre, em São Paulo, que reuniu artistas se apresentando e defendendo a liberdade do ex-presidente Lula - Marlene Bergamo/Folhapress

Nos últimos dias 15 e 30, movimentos contrários a bloqueios de recursos na educação pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) foram às ruas. Apesar de não ser a pauta dos protestos, parte dos manifestantes defendiam a soltura do ex-presidente.

"A campanha do Lula Livre, que no nosso caso é mostrar o julgamento injusto que ele teve, se junta à pauta da educação", disse Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

"O que nós estamos contestando no Brasil é um ataque a um programa de inclusão social, de combate à desigualdade, de mais oportunidades para os pobres. Hoje, está tendo um desmonte dessa política."

O ex-prefeito Fernando Haddad, porém, que foi candidato do partido à Presidência em 2018, discordou. Disse que o PT não pode "ter a pretensão de tutelar movimento social".

"O movimento da educação é um movimento da sociedade, independentemente da posição que a pessoa tenha em relação ao PT e ao Lula."

Lula está preso desde abril do ano passado na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância pelo caso do tríplex de Guarujá (SP). 

Em abril deste ano, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reduziu a pena dele de 12 anos e 1 mês para 8 anos, 10 meses e 20 dias, o que abriu caminho para ele solicitar a progressão de pena para deixar o regime fechado no segundo semestre deste ano —a defesa de Lula adota outros cálculos e anunciou que já pediria a saída. 

No evento deste domingo, intitulado "Festival Lula Livre", políticos evitaram subir no palco para fazer discursos. O evento teve shows de artistas como Chico César, Fernanda Takai e Thaíde.

Além de Lula, os artistas defenderam minorias, investigação sobre os mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e também reclamaram dos bloqueios na educação. 

Fizeram diversas críticas ao governo Bolsonaro. O cantor Odair José cantou o seu maior sucesso, "Eu vou tirar você desse lugar" em homenagem ao que chamou de "idiotas de plantão".

Questionado após o show, disse que "o Jair Bolsonaro talvez não seja o maior culpado" de fazer um governo que ele não considera favorável aos pobres. 

"Para mim ele é uma pessoa que não tem o foco certo para o brasileiro. O brasileiro é culpado por ter acreditado em informações falsas", disse.

Durante a tarde, choveu em São Paulo, e o evento não encheu a praça da República. 

Além de Gleisi e Okamotto, estiveram no local o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o vereador Eduardo Suplicy e o líder do MTST, Guilherme Boulos (PSOL).

Segundo os organizadores, Lula assistirá à gravação das apresentações de dentro da prisão.

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