Ainda com sonda, Bolsonaro deve reassumir a Presidência nesta sexta-feira

Presidente deve trabalhar do hospital em São Paulo; não há previsão de alta

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São Paulo

Internado em São Paulo após cirurgia feita no domingo (8), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresenta evolução favorável nesta quinta (12) e deve reassumir a Presidência nesta sexta (13). O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ocupa interinamente o cargo. 

Os médicos não informaram uma previsão de alta do presidente ou quando ele deve retornar a Brasília. É esperado, no entanto, que ele saia do hospital neste domingo (15). 

Segundo a Presidência, Bolsonaro estará restabelecido a tempo de discursar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York.

 
Bolsonaro, ao lado dos médicos Luiz Henrique Borsato (esq.) e Antonio Macedo
Bolsonaro, ao lado dos médicos Luiz Henrique Borsato (esq.) e Antonio Macedo - Reprodução

Há uma ala reservada no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, para que o presidente trabalhe a partir de sexta. As salas abrigam sua equipe médica e de segurança, além dos familiares. 

Nesta quinta, Bolsonaro recebeu a visita do médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora (MG), que o operou imediatamente após a facada que sofreu durante a campanha do ano passado.

A cirurgia para correção de uma hérnia no abdômen foi a quarta pela qual Bolsonaro passou desde que sofreu o ataque. 

Bolsonaro segue com uma sonda nasogástrica e em jejum oral, se alimentando somente pelas veias. A previsão, no entanto, é que a sonda seja retirada ainda nesta quinta ou na sexta pela manhã, quando o presidente passará a ter uma dieta líquida, baseada em chá, caldo ralo e gelatina. 

Dependendo da evolução do quadro e da retirada da sonda, a retomada do cargo de presidente por Bolsonaro pode ser adiada, segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros. 

"Se nós identificarmos, a partir das análises com a equipe médica, algum inconveniente para que o sr. presidente exerça o seu cargo com efetividade, eficiência e eficácia, vamos entender que naturalmente pode haver uma postergação. Mas, no momento, o planejamento é que não haja essa postergação", disse. 

Já no dia seguinte à cirurgia, Bolsonaro passou a se alimentar com uma dieta líquida, mas, na terça (10), foi colocada a sonda e a alimentação voltou a ser feita pelas veias. Segundo o médico responsável pela cirurgia, Antônio Macedo, isso não representa uma regressão no quadro. 

"Não houve um retrocesso, houve uma intercorrência. Ou seja, ele saiu da cirurgia com bons movimentos, sem muita dor. Então, nós não colocamos sonda gástrica. Porém anteontem [terça, 10], o intestino distendeu no fim da tarde e nós fomos obrigados a colocar a sonda, que drenou bastante ar e líquido ontem [quarta, 11]". 

Segundo Macedo, da noite quarta para a manhã desta quinta, o intestino voltou a fazer barulhos, os ruídos hidroaéreos, e a sonda parou de drenar ar e líquidos. "Então provavelmente o intestino está retomando a função", completou. 

O boletim médico desta quinta destaca que Bolsonaro está "sem dor, afebril e com recuperação progressiva dos movimentos intestinais". A cicatriz da cirurgia também tem bom aspecto. 

O presidente segue fazendo fisioterapia e caminhadas, para estimular os movimentos do intestino. As visitas continuam restritas. Acompanham o presidente no hospital a primeira-dama Michelle Bolsonaro e o filho Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro, mas pediu licença para tratar de assuntos pessoais. 

Desde que se internou, na noite de sábado (7), Bolsonaro recebeu a visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de Mourão. O restante das visitas foi de familiares, como os filhos Eduardo e Flávio. 

O surgimento da chamada hérnia incisional já era esperado pelos médicos que atendem o presidente, em razão da série de intervenções feitas na região da barriga do paciente para tratar os danos provocados pelo ataque.

O então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em 6 de setembro de 2018. O autor do crime está preso desde então.

A hérnia ocorreu porque, em virtude do enfraquecimento da parede muscular do abdômen, uma parte do intestino passou por uma cavidade desse tecido.

As múltiplas incisões (cortes) na barriga fragilizaram o músculo, o que fez com que a porção do órgão e uma camada de gordura rompessem a membrana.​

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