Bolsonaro definirá futuro de aliado na mira da PF quando voltar dos EUA, diz porta-voz

Bezerra Coelho (MDB) foi alvo de operação da Polícia Federal realizada na quinta (19)

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Brasília

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta sexta-feira (20) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai esperar seu retorno de Nova York para avaliar a situação do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), alvo de uma operação da Polícia Federal realizada na quinta-feira (19).

“O presidente neste momento não comentará os fatos relativos a esta operação. Ele tem o foco direcionado exclusivamente na ida a Nova York, onde vai, como eu já disse anteriormente, fortalecer a posição do Brasil perante a Assembleia Geral das Nações Unidas”, declarou Rêgo Barros.

“O presidente hoje tem foco. O foco é Nova York, que é importante para o nosso país, para o nosso Estado e para a sociedade. Essa [a situação de Bezerra Coelho] é uma questão que ele vai abordar, se assim o desejar, no retorno desta viagem”, concluiu o porta-voz.

As buscas e apreensões em endereços ligados a Bezerra e ao deputado Fernando Filho (DEM-PE), filho dele, em Brasília e Pernambuco, foram autorizadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A decisão é de 9 de setembro e atende a um pedido da PF. A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou contrária à ação contra o senador.

A PF sustenta que o líder do governo no Senado recebeu R$ 5,5 milhões em propinas de empreiteiras encarregadas das obras de transposição do rio São Francisco e de outros contratos do Executivo federal.

Polícia Federal faz operação de busca e apreensão no gabinete da liderança do governo no senado, cargo ocupado pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A busca e apreensão faz parte da operação Desintegração, que apura desvios em obras no Nordeste quando Fernando Bezerra era Ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff - Pedro Ladeira/Folhapress

O senador nega ter cometido irregularidades e colocou a liderança do governo no Senado à disposição do presidente da República —Bolsonaro, no entanto, não se manifestou até o momento.

Viagem liberada

Rêgo Barros falou com a imprensa após Bolsonaro se submeter a uma bateria de exames em um hospital em Brasília para definir seu estado de saúde antes da viagem aos Estados Unidos, onde o presidente discursa na terça-feira (24) na Assembleia Geral da ONU.

Os exames foram acompanhados pelo médico Antonio Macedo, que liderou a equipe que operou o presidente no último dia 8 de setembro em São Paulo para corrigir uma hérnia. A cirurgia foi a quarta realizada pelo mandatário em razão do esfaqueamento que ele sofreu ainda na campanha eleitoral.

Após a bateria de exames, Rêgo Barros reafirmou que Bolsonaro realizará a agenda internacional na ONU —o governo chegou a anunciar que a viagem dependia da avaliação clínica, mas nos últimos dois dias o Planalto já vinha confirmando que Bolsonaro estará na Assembleia Geral.

“Nosso presidente está pronto para o combate com viagem assegurada a Nova York no próximo dia 23”, disse Rêgo Barros.

Segundo o médico Macedo, Bolsonaro realizou avaliações clínicas diversas e dois exames de raio-x, um do tórax e outro do abdômen.

“O raio-x do abdômen revelou desaparecimento da distensão gasosa que ele teve no período pós-operatório”, disse Macedo.

O médico afirmou ainda que as alças intestinais do presidente estão funcionando normalmente, que evoluiu para uma dieta leve, mas que ele deverá tomar alguns cuidados na viagem internacional.

“O risco é sempre um risco vascular, um risco de veias”, disse Macedo.

Bolsonaro está usando meias elásticas para minimizar essa situação, de acordo com o médico, está tomando injeções e foi orientado a não permanecer muito tempo sentado.

O presidente também foi orientado a caminhar um pouco durante o voo e a ficar a maior parte do tempo deitado na cama do avião presidencial.

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