Guedes era 'chucro' e Moro, 'ingênuo', até chegarem ao governo, diz Bolsonaro

Presidente diz que ex-juiz não tinha malícia da política e que nome dele hoje não passaria no Senado para vaga no STF

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro Paulo Guedes (Economia) era "chucro" politicamente, assim como o ministro da Justiça, Sergio Moro, um "ingênuo" até chegarem ao governo. 

Guedes foi citado no contexto sobre a relação do presidente com Moro, desgastada nas últimas semanas.

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Sergio Moro e Paulo Guedes, em foto de novembro de 2018, na portaria do condomínio de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no Rio - Ian Cheibub-1º.nov.2018/Folhapress

As declarações foram dadas nesta terça (3), em um café da manhã com a Folha no Palácio do Alvorada

Segundo Bolsonaro, o ex-juiz federal não tinha "malícia" da política. Na sua avaliação, o nome de Moro não passaria hoje no Senado em uma indicação para ser ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele voltou a elogiar o ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, como cotado para o Supremo. "O André é muito bom", disse.

A Folha questionou o presidente sobre as especulações em torno da possibilidade de Moro disputar a Presidência em 2022. 

"Já falamos, eu disse para ele que essa cadeira de super-homem é feita de kriptonita. Se quiser sentar, senta", afirmou.

Participaram da conversa, além dele, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência, Fábio Wajngarten, e o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP). O encontro ocorreu das 7h40 às 9h10. 

Na conversa com a Folha, Bolsonaro disse ainda que o comando da Polícia Federal precisa dar uma "arejada" e chamou de "babaquice" a reação de integrantes da corporação às declarações dele sobre trocas em superintendências e na diretoria-geral. 

O presidente afirmou também que o governador João Doria (PSDB) não tem chance nas eleições presidenciais de 2022 porque "é uma ejaculação precoce"

No café da manhã, Bolsonaro comeu pão com manteiga, cuscuz e ovo mexido e bebeu café com leite. Ele brincou com a Folha dizendo que colocaria estricnina no café dos representantes do jornal.

Em rápida entrevista aos jornalistas na porta do Alvorada, Bolsonaro comentou o encontro: "Quem foi que pediu para mim um café da manhã? Foi o Marco Feliciano, né? Fala, Marcão. Fala aí, Marcão. Por que você convidou os caras, aí, Marcão? Conta aí".

"Só uma reunião institucional para o presidente conversar com o pessoal de imprensa. Vocês são tão amáveis com ele. Foi muito interessante", ironizou o deputado.

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