Ao menos 22 parlamentares brasileiros estarão no Vaticano no dia 13 de outubro para participar da cerimônia de canonização de Irmã Dulce.
A religiosa baiana Maria Rita Lopes Pontes será canonizada em ato celebrado pelo papa Francisco, após ter dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica. Ela será a primeira santa nascida no Brasil.
A delegação oficial do governo brasileiro será chefiada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.
Fazem parte da comitiva o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli; o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); o ex-presidente José Sarney; o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde); o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Também compõe a comitiva do governo a mulher de Mourão, dos presidentes das duas Casas e de Aras. O nome da primeira-dama de Goiás, Maria das Graças Caiado, consta na lista da missão oficial, mas ela desistiu de última hora de participar. Maria das Graças deve ficar em São Paulo, onde o governador Ronaldo Caiado (DEEM) está internado.
Mas um grupo de deputados e senadores também participará da cerimônia religiosa em missões da Câmara e do Senado.
Segundo informações disponibilizadas pelas presidências das duas Casas, farão parte das respectivas missões oficiais 7 senadores e 13 deputados —sem contar Maia e Alcolumbre, que estão listados na comitiva oficial do governo divulgada no Diário Oficial da União.
Os parlamentares que vão em missão oficial a países estrangeiros têm direito a diárias.
No Senado, a diária para agendas internacionais é de US$ 416 (R$ 1.711). Na Câmara, o valor é de US$ 428 (R$ 1.760). No entanto, o parlamentar pode optar por não receber o valor a que tem direito.
As assessorias de Maia e Alcolumbre, por exemplo, afirmaram que ambos abriram mão das diárias e que se hospedarão na Embaixada do Brasil em Roma.
A assessoria da Câmara afirmou ainda que a missão oficial da Casa tem compromissos no Senado italiano.
Além de Maia, a delegação oficial da Câmara será composta pelos deputados André Fufuca (PP-MA) e Celio Studart (PV-CE). Ainda faz parte do grupo o ex-deputado Alexandre Baldy, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.
Eles viajaram à Itália em avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Outros dez deputados foram autorizados por Maia a integrar a missão oficial, a maioria da Bahia, estado de Irmã Dulce.
São eles: Elmar Nascimento (DEM-BA), José Rocha (PL-BA), Daniel Almeida (PC do B-BA), Adolfo Viana (PSDB-BA), Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Flávio Nogueira (PDT-PI), Leur Lomanto Júnior (DEM-BA), Nelson Pellegrino (PT-BA) e Paulo Azi (DEM-BA).
Fora da lista, o deputado João Roma (PRB-BA) informou que irá à canonização sem custo para a Câmara. A Câmara não informou se esses parlamentares convidados também realizarão o deslocamento em avião oficial.
Outros seis deputados cogitaram comparecer, mas desistiram.
Em outra missão oficial ao Vaticano, sobre o Sínodo da Amazônia, eles tinham a intenção de ir à cerimônia, mas a maior parte deve chegar a Roma apenas no domingo, quando a cerimônia já estiver em andamento. São eles: Nilto Tatto (PT-SP), Airton Faleiro (PT-PA), Jandira Feghali (PC do B-RJ), Helder Salomão (PT-ES), Camilo Capiberibe (PSB-AP) e Bira do Pindaré (PSB-MA).
No Senado, além de Alcolumbre, foram sete parlamentares que apresentaram requerimentos para participar do evento religioso em Roma: Jaques Wagner (PT-BA), José Serra (PSDB-SP), Weverton (PDT-MA), Roberto Rocha (PSDB-MA), Elmano Férrer (Podemos-PI), Ciro Nogueira (PP-PI) e Angelo Coronel (PSD-BA) —ele já se encontra na Europa e afirma que não receberá diárias e que pagará seus deslocamentos.
No requerimento apresentado para justificar a missão de seis dias, Wagner argumentou que Irmã Dulce era baiana e que ela dedicou "toda uma vida a acolher e ajudar os que mais precisam".
"Sua história e suas realizações serão ainda mais difundidas e celebradas, na Bahia e em todo o mundo. Daí a importância de meu comparecimento em tão importante solenidade", afirmou.
A assessoria do senador José Serra (PSDB-SP), por sua vez, ressaltou que ele vai ao Vaticano a convite da família de Irmã Dulce, por ter em 2007 entregue ao hoje papa emérito Bento 16 uma carta pedindo que o processo de canonização da religiosa baiana fosse acelerado.
Parlamentares no Vaticano
22
parlamentares, pelo menos, irão à canonização de Irmã Dulce
7 senadores
fazem parte de comitiva do Senado ao evento
13 deputados
também viajaram para comparecer à cerimônia
13 pessoas
compõem a comitiva oficial do Brasil no evento, liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão
A FÉ NO BRASIL
Alguns dos santos e beatos
Madre Paulina (1865-1942)
Nascida na Itália, foi canonizada em 2002, 60 anos após a sua morte
Frei Galvão (1739-1822)
Nascido no Brasil, recebeu o título de santo em 2007, 185 anos após a morte
José de Anchieta (1534-1597)
Canonizado em 2014, num processo iniciado em 1597. Não tem milagres comprovados –o papa dispensou a necessidade
Mártires do RN
Em 2017, o papa canonizou 30 mártires assassinados no século 17 no Rio Grande do Norte, no período de dominação holandesa
Irmã Dulce (1914-1992)
Beatificada em 2011, agora será proclamada santa pelo Vaticano
Padre Donizetti
Morreu em 1961 em Tambaú (SP), foi beatificado pelo papa Francisco
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