Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

'Lula não faz parte do meu presente', diz Moro sobre pesquisa Datafolha

Levantamento divulgado nesta terça (10) aponta que maioria da população considera justa soltura do ex-presidente

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Brasília

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou nesta terça-feira (10) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não faz mais parte do seu presente e que não tem “responsabilidade nenhuma” sobre os casos judiciais do petista.

Moro deu a declaração ao ser questionado sobre o resultado da pesquisa Datafolha divulgada nesta terça, que mostra que a maioria da população considerou justa a soltura de Lula no início de novembro.

“Não vi como foi realizada bem essa pesquisa. O fato é que o presidente foi considerado culpado, responsável por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, por várias instâncias da Justiça. Então a situação é no sentido de que as provas apontam que, infelizmente, ele se corrompeu”, declarou Moro, ao deixar o seminário Supremo em Ação, realizado pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados, em Brasília.

“Mas como eu sempre repito, o ex-presidente [Lula] faz parte do [meu] passado. Não faz parte do meu presente e eu não tenho responsabilidade nenhuma sobre o que prossegue em relação na Justiça quanto a ele. Não é mais minha atribuição”, concluiu o ministro.

De acordo com o levantamento, 54% dos entrevistados entendem que a libertação do petista foi justa, ante 42% que a consideram injusta. Disseram não saber 5% dos entrevistados.

A pesquisa ouviu 2.948 pessoas na quinta (5) e sexta-feira (6) da semana passada em 176 municípios pelo país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Lula deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba após cumprir 19 meses da pena por condenação de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).

A primeira sentença condenatória desse caso foi proferida por Moro, que era juiz da Lava Jato. O processo ainda tramita, e Lula tem parte da pena pendente.

O ex-presidente pôde voltar à liberdade após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que mudou antigo entendimento da corte e considerou inconstitucional a prisão de réus condenados que ainda tenham recursos pendentes em cortes superiores, como é o caso do petista.

Há duas semanas, Lula teve confirmada em segunda instância outra condenação, no caso do sítio de Atibaia (SP). A pena foi ampliada para 17 anos e um mês de prisão. Também nesse caso, ele poderá aguardar em liberdade a tramitação dos recursos.

O processo do tríplex já teve mérito julgado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de segunda instância, e no Superior Tribunal de Justiça, que reduziu em abril a pena para oito anos, dez meses e 20 dias de prisão.

No evento desta terça, Moro comentou ainda o resultado da pesquisa Datafolha que lhe colocou como o ministro mais bem avaliado do governo Jair Bolsonaro.

Moro afirmou que assumiu o Ministério da Justiça em janeiro com o principal objetivo de reduzir os índices de criminalidade no país e que resultados nesse sentido têm sido alcançados.  

"Minha avaliação é que é um saldo positivo", afirmou o ex-juiz, que citou que a cobertura da imprensa sobre a sua gestão às "vezes foca muito" em derrotas sofridas por ele no Legislativo. "O objetivo primário, pelo menos na parte criminal, é reduzir o índice de crimes."

O levantamento revelou que Moro —conhecido por 93% dos entrevistados— conta com apoio popular maior do que o do próprio presidente.

Entre os que dizem conhecê-lo, 53% avaliam sua gestão no ministério como ótima/boa. Outros 23% consideram regular, e 21%, ruim/péssima —3% não souberam opinar.

Bolsonaro tem indicadores mais modestos, de acordo com levantamento divulgado no domingo (8), com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo —1% não soube avaliar.

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