Advogado dos Bolsonaros questiona comoção maior com Marielle e diz que Adriano nunca foi miliciano

Frederick Wassef afirma que ex-PM foi alvo de mentiras na vida para atingir Bolsonaro

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São Paulo

O advogado de Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, diz que a morte do ex-PM Adriano da Nóbrega foi uma "execução", com a participação do governo da Bahia.

Em entrevista à Folha nesta terça (18), ele afirma que o ex-capitão do Bope “não é miliciano, nunca foi miliciano, não participava de nenhuma milícia”. 

Acusado de comandar a mais antiga milícia do Rio, Adriano era investigado por participação em diversos homicídios no Rio, suspeito de integrar um grupo de assassinos profissionais do estado e ser sócio no jogo de máquinas caça-níqueis.

"O que tem é um brasileiro, a quem chamaram de miliciano, de chefe do escritório do crime, de envolvido na morte de Marielle [Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018] e de ser ligado à família Bolsonaro. Eu lhe afirmo e desafio a qualquer um no Brasil: todas as afirmações são falsas, mentirosas e levianas. O único objetivo dessa farsa é atingir a imagem da família Bolsonaro”, afirma.

Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro
Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro - Bruno Santos/Folhapress

​O ex-PM foi homenageado e defendido pelo presidente e seu filho em 2005, quando chegou a ser condenado por homicídio —depois foi absolvido. Duas familiares trabalharam com Flávio, quando era deputado estadual. Adriano aparece também citado na investigação que apura a prática de “rachadinha" no antigo gabinete do senador. 

Segundo Wassef, porém, ”forças ocultas” do Rio quiseram “fabricar esse personagem, um monstro” para atrelá-lo ao filho do presidente. “De forma fraudulenta e por meio de fake news tentaram ligar Adriano a Flávio Bolsonaro”, diz. “Está claro que ele [Adriano] caiu em uma cilada.”

O advogado diz também que "infindáveis fontes" lhe disseram que o ex-capitão do Bope era considerado "o famoso capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite".

Como mostrou o Painel, o advogado tem a opinião de que o caso deveria ser federalizado e que é "muitíssimo mais grave" que o da menina Ágatha Félix, baleada no Rio no ano passado.

“Por que tanta comoção com Marielle? Por que todo mundo grita até hoje, entidades nacionais e internacionais? O quê que Marielle tinha que Adriano não tinha?”, questiona.​

O presidente Jair Bolsonaro disse que tomou providências para uma perícia independente no corpo de Adriano da Nóbrega. Do que se trata exatamente isso? Não ouvi o discurso do presidente. Mas me parece absolutamente acertado. Não podemos permitir em um Estado democrático que um cidadão seja brutalmente torturado e assassinado, seja ele quem for, criminoso ou inocente. A nossa Constituição não prevê pena de morte. Menos ainda quando a vítima, esse senhor que se chama Adriano, não possui uma única condenação criminal, sequer em primeira instância, respondendo tão somente a uma única ação penal. Dentro da lei, ele é tecnicamente considerado inocente. Tem um status técnico-jurídico igual ao da jornalista que me entrevista e o meu. Um cidadão inocente que foi brutalmente torturado e posteriormente assassinado, com a conivência de, certamente, altas autoridades.

O entendimento que o senhor tem é de que foi uma execução? É incontestável, inequívoco, incontroverso que esse cidadão foi brutalmente torturado e posteriormente executado, com dois tiros à queima-roupa. A questão de fazer uma perícia ou investigação é meramente formalidade, porque é absolutamente fora de qualquer dúvida que esse cidadão foi torturado. A perícia vai mostrar isso de forma absolutamente científica.

O senhor disse que não ouviu o presidente falar, mas defendeu o posicionamento de se fazer uma perícia independente… [Interrompe] Na verdade, vou muito além. Se tivesse como dar uma opinião, acho que é o caso de federalizar. Acho que não tem que ter uma só perícia, tem que ter uma participação do Ministério da Justiça, uma investigação federal, por autoridades isentas, que de fato querem buscar a verdade. Quem matou o Adriano? Por que executaram o Adriano? Quem teme descobrir a verdade? Vindo da Bahia, é muito certo que ali está tudo orquestrado. 

O que o senhor chama de orquestrado? Vou citar um exemplo heroico de uma atuação policial. A Polícia Militar de São Paulo adentrou a favela de Paraisópolis. Qual foi o procedimento do governador [João] Doria? Uma apuração para saber o que houve. E quero aproveitar a oportunidade para parabenizar a corregedoria da PM de São Paulo, que absolveu todos os policiais. Eles agiram heroicamente. Só estou te mostrando que, mesmo em casos em que a polícia está correta, a praxe é a imediata apuração dos fatos. Por que, estranhamente, na Bahia, você vê uma força de coalização, das mais altas autoridades, do governador para baixo, que mais parecem advogados de defesa particulares de torturadores e assassinos do Bope, que torturaram e mataram esse cidadão? 

No ano passado, a menina Ágatha Félix, de 8 anos, morreu no Rio e não houve manifestação do presidente. Por que há no caso Adriano? Vamos lá. De novo. Não posso falar em nome do presidente da República. Todos os dias, no Brasil, temos centenas de crimes. É óbvio que um presidente não vai poder estar se manifestando toda hora para cada crime que ocorra. O que acabei de explicar é que as graves circunstâncias que envolvem o assassinato, com tortura, com a participação do governo da Bahia... Nós não podemos tirar fora de contexto. Vamos falar da menina Ágatha que a senhora falou. Você está falando de uma favela carioca, num tiroteio, onde policiais são recebidos à bala. Há uma troca de tiros com centenas de indivíduos armados com fuzil.

Desculpa cortar o senhor, mas não há informação de que houve troca de tiros. Até o fim da investigação não foi falado isso. O que eu sei é que já foi apurado, parece que não foi divulgado, é que a bala que matou a menina não saiu da arma de nenhum policial. O que estou dizendo é que é absolutamente impossível e incomparável uma cena de perseguição policial em favela carioca e troca de tiro com uma situação de um indivíduo que sofreu uma verdadeira diligência, com a autorização e a participação do governo da Bahia. Estamos falando de deslocamento do Bope, mais de 70 policiais. Isso é muitíssimo mais grave e é o caso, sim, de autoridades públicas federais se manifestarem. 

Eu quero ver a OAB falando, as ONGs, o ministro da Justiça, e, digo mais, eu gostaria de ver agora o empenho e o grito da sociedade. Quem mandou matar Adriano? Por que tanta comoção com Marielle? Por que todo mundo grita até hoje, entidades nacionais e internacionais? O quê que Marielle tinha que Adriano não tinha? Por quê? Eu quero o mesmo empenho e isonomia. Eu quero todos os brasileiros iguais. O tratamento tem que ser igual. Jair Bolsonaro foi quase assassinado. Ninguém se moveu para perguntar quem mandou matar Jair Bolsonaro. 

A conclusão do inquérito da Ágatha foi de que o tiro que matou a menina partiu de um PM. O senhor disse que é muitíssimo mais grave o caso do Adriano, que ainda não teve investigação. Por quê? A vida humana é preciosa e ninguém vale mais que ninguém. O que estou dizendo que é mais grave é quando o poder público, de alguma forma, por ação ou omissão, sabendo com antecedência sobre o que estava por vir, permitiu que um cidadão fosse torturado e posteriormente executado. Isso é muitíssimo mais grave do que uma troca de tiros convencional em que, por acidente, um projétil perdido mata um cidadão, seja ele quem for, criança, velho, não importa quem.

Alguém mirou na Ágatha e falou "eu vou matar essa menina de sete anos, porque ela é parte do Comando Vermelho"? O que temos ali foi uma bala perdida, um acidente de trabalho. Infelizmente, ceifou a vida de uma criança. Isso é de uma gravidade indiscutível. Agora, o que estou dizendo é que pegar um ser humano vivo, quebrar sete costelas, abrir-lhe com uma coronhada na cabeça, torturá-lo e depois assassiná-lo de forma dolosa, essa cena é muitíssimo mais grave.

Que elementos concretos de prova o senhor tem para dizer que houve uma execução e que foi tramada? É impossível responder de forma objetiva, mas vou começar com uma frase curta. Contra fatos não há argumentos. Hoje temos um corpo humano morto, com sete costelas quebradas, marca de tortura no peito, coronhada na cabeça, a cabeça aberta, duas marcas de tiro à queima-roupa. Esse fato fala por si. Não há espaço para devaneios teóricos. Se foi uma troca de tiro, ele tomou dois tiros, era para levá-lo para o hospital. Não há nada no mundo que possa justificar. Isso é tortura, isso é execução.

Eu pergunto, já que era uma uma mega-operação dessa, ninguém filmou? Ninguém tinha uma GoPro no capacete como os policiais de São Paulo têm? A polícia baiana não teve a mínima cautela de pegar alguém para acompanhar e registrar? Nada disso aconteceu. Foram lá, e um homem sozinho foi torturado e executado. Por que um boletim de ocorrência não contém absolutamente nada?

O senhor teve acesso ao boletim de ocorrência? Não, mas eu conheço pessoas que tiveram acesso e disseram que não contém nenhum dado.

O presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio
O presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio - Ricardo Moraes/Reuters

Qual é a razão de o senhor e seus clientes defenderem que houve uma execução nesse caso? Ninguém está defendendo nada. Eu estou falando como cidadão. Não estou falando como advogado do presidente Jair Bolsonaro, nem de Flávio Bolsonaro. Estão querendo botar goela abaixo da população brasileira que houve uma troca de tiros e que eles são heróis e que aquilo era um criminoso perigoso. Oras, um criminoso perigoso, a quem chamam de miliciano. 

O senhor sempre faz questão de dizer que Adriano é inocente, já que não tem condenação. Não é uma contradição dizer que foi uma execução na Bahia, quando ainda nem se investigou? Não é contraditório por um motivo simples. De forma fraudulenta e por meio de fake news tentaram ligar Adriano a Flávio Bolsonaro, eu, como advogado de Flávio fui obrigado a investigar as circunstâncias e a história do próprio Adriano. Eu apurei coisa que a própria imprensa nunca apurou. Ele não é miliciano, nunca foi miliciano, não participa de nenhuma milícia. Quantas ações penais existem no Brasil contra Adriano? Apenas uma. E o que tem nessa ação penal? Nada. Não existe nada no papel, no Judiciário, que mostre que ele é o que a imprensa vem dizendo há um ano. Miliciano ou chefe do Escritório do Crime. São absolutamente infundadas, sem qualquer lastro de prova.

As forças ocultas do Rio quiseram fabricar esse personagem inexistente, um monstro, que seria o Adriano, para, em um segundo momento, atrelá-lo ao [Fabrício] Queiroz, para, em um terceiro momento, atrelá-lo ao Flávio Bolsonaro. E amarrar todos e vincular uma coisa à outra. Está claro que ele caiu em uma cilada, um processo que é uma armação para incriminar um indivíduo. O que existe no Judiciário não é compatível com a quantidade de matérias que há na imprensa.

Nas últimas contestações da defesa na Justiça, o Ministério Público cita seis casos de antecedentes criminais do Adriano. O senhor diz que ele não é e nunca foi um miliciano. Por que ele não se entregou à polícia? Segundo consta em todas as informações, ele sabia que era uma armação e que as forças ocultas do Rio estavam armando para transformá-lo em um monstro e incriminá-lo, inclusive tentando envolvê-lo no assassinato de Marielle, que é outra fraude que tentaram imputar a esse cidadão. O objetivo de tudo isso era para tentar vinculá-lo a um grande projeto político e envolvê-lo com Flávio Bolsonaro. Quero acreditar que ele resolveu preservar sua integridade física. Ele escapou de ser assassinado no Rio e foi assassinado em outro estado.

Armas apreendidas em local onde Adriano da Nóbrega foi morto
Armas apreendidas em local onde Adriano da Nóbrega foi morto - Divulgação SSP /BA

O senhor está dizendo que tudo que aconteceu com o Adriano foi no sentido de prejudicar a família Bolsonaro? Quando eu, defendendo os interesses do meu cliente Flávio, fui apurar e tentar descobrir tudo o que existe em torno desse Adriano, eu vi que a verdade processual do Adriano não é o que a imprensa diz. Quantas condenações existem em torno do Adriano? Nenhuma.

Quem teria interesse na morte do Adriano? Não sei. Acho que as autoridades têm que investigar seriamente para apurar.

A defesa mostrou que não está convencida das investigações da facada contra Bolsonaro. Que recado isso passa para a população? Há algum crédito nas instituições brasileiras? Há todo crédito nas instituições brasileiras, mas isso não quer dizer que, quando nos depararmos com cenas horrendas de barbáries, todos não devemos nos unir e gritar contra tais atos, para que sejamos iguais aos Estados Unidos, não como a Venezuela, os países tiranos. 

Isso não pode passar a mensagem de que contra vocês, vocês contestam, contra os outros, vocês referendam? Isso não existe. Não tem nexo ou lógica. O presidente está falando de um ou outro caso pontual. Em um, ele foi vítima de tentativa de assassinato. É de uma gravidade sem precedentes. Ele praticamente foi e voltou do além por vontade de Deus. Ainda bem, senão estaríamos sendo comandados por um comunista. Deus teve piedade do Brasil e dos brasileiros.

O senhor diz que a história toda do Adriano tem muitas fake news. Qual a relação entre a família Bolsonaro e Adriano? Não existe relação entre Adriano e a família Bolsonaro. Não existe relação entre Adriano e Jair Bolsonaro, não existe relação entre Adriano e Flávio Bolsonaro. Vou repetir. Adriano foi homenageado há 15 anos, assim como diversos outros policiais foram. Por quê? Porque a pauta da família Bolsonaro sempre foi a segurança pública, o Brasil, as vítimas de violência e a família brasileira. Se analisarmos dentro desse contexto, é uma coisa absolutamente normal. 

Oras, Jair e Flávio Bolsonaro deram uma medalha ao capitão Adriano há 15 anos. Alguém foi investigar quem era capitão Adriano há 15 anos? Por que foi homenageado? Por que foi considerado na época um herói do Bope? Muitos no Rio dizem... Eu estou te falando, eu, paulista, fui para o Rio e escutei de infindáveis fontes que ele era considerado o famoso capitão Nascimento do filme Tropa de Elite. Essa era a verdadeira imagem do Adriano, um homem que combatia o tráfico e os criminosos, mas parece que ele andou esbarrando no interesse de alguém no Rio de Janeiro. É o que parece, o que tudo indica. Então passou a ser perseguido. Essas são as histórias que eu ouvi.

Então vamos lá, a primeira fake news: relativa à vida de Adriano. Segunda, relativa à morte de Marielle. Terceira, envolvimento de Adriano com a família Bolsonaro. Fake news, envolvimento de Adriano sendo chefe do Escritório do Crime. Fake news, envolvimento de Adriano com as milícias. Salvo se a senhora me trouxer um processo, eu quero uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro robusta, séria, que prove. Na denúncia, tem que ter elementos. Não pode ser uma denúncia genérica e inepta. O que tenho é um brasileiro, a quem chamaram de miliciano, de chefe do Escritório do Crime, de envolvido na morte de Marielle e de ser ligado à família Bolsonaro. Eu lhe afirmo e desafio a qualquer um no Brasil: todas as afirmações são falsas, mentirosas e levianas. O único objetivo dessa farsa é atingir a imagem da família Bolsonaro.

Além da homenagem que o senhor citou, havia duas parentes de Adriano no gabinete do Flávio. Isso também o senhor contesta? Não contesto absolutamente, mas precisamos saber das circunstâncias. Ora, a mãe do Adriano, por tudo que apurei, era uma líder muito influente na comunidade e fazia um trabalho junto às famílias de policiais militares, à comunidade carente. O então ex-assessor e chefe de gabinete do Flávio, Queiroz, conhecia essas pessoas e sabia do trabalho exemplar delas. Da mesma forma, a ex-mulher do Adriano. Lembrando que à época dos fatos nada havia contra ninguém. Nem contra Adriano ou contra essa mulheres. O problema é que, quando começamos a tirar de contexto informações e misturar coisas do passado com o presente, aí fica complicado. 

Agora, nunca existiu qualquer contato de Flávio ou Jair com Adriano, desde a época das medalhas e da homenagem. Não existe qualquer relação. Nem de amizade, nem de falar de futebol, nada. Zero. Eu desafio qualquer um do Brasil a trazer qualquer indício, foto, prova, testemunho de que viram tomando um chopinho e conversando de algo. Não existe relação. Adriano é estranho à vida de todos, do meu cliente, da minha. Como advogado do Flávio, tenho que combater a série de mentiras imputadas, que são jogadas contra meu cliente.

O ex-PM Adriano da Nóbrega, acusado de chefiar grupo de matadores de aluguel e que foi morto em operação policial
O ex-PM Adriano da Nóbrega, acusado de chefiar grupo de matadores de aluguel e que foi morto em operação policial - Divulgação/Polícia Civil

Esse pensamento e essas conclusões sobre Adriano foram também a dos seus clientes? Isso fez com que as familiares do ex-PM fossem para o gabinete do Flávio? Não, não, não. Uma coisa não se comunica com a outra. Estamos falando de pessoas distintas, de épocas distintas. Primeiro, Flávio Bolsonaro não tinha qualquer relação, amizade e nem tratava nada com a mãe de Adriano e a ex-mulher dele. Quem contratou e tratava com elas era Queiroz.

Na época da homenagem, ele já era investigado… [Interrompe] O Adriano estava preso na época de uma das homenagens. E quando recebeu essa medalha dentro do presídio militar, uma das coisa que levou à hombridade era a convicção de sua inocência, de que ele estava sendo vítima de uma perseguição. O que, inclusive, provou-se verdade, tanto que foi absolvido. Então além de ser policial militar e o presidente Bolsonaro e o Flávio Bolsonaro prestigiarem essa classe, à época dos fatos saiu no Rio e era negócio corrente que o Adriano havia sido vítima de uma grande injustiça, onde tentaram atribuir a ele um homicídio que não foi um homicídio, mas legítima defesa, quando matou um criminoso. Essa foi a história. A convicção de tudo e todos é que era inocente.

Uma semana antes da morte do Adriano, após a primeira operação na Bahia, que falhou, quando lhe procurei, o senhor me disse que havia uma situação para matar o Adriano. Por que chegou ao senhor essa informação? Ali eu disse "olha, é muito sério ter uma matéria na Veja onde a esposa está gritando que vão assassinar o marido". Ali já era do conhecimento de incontáveis pessoas que tal operação realizada em Sauípe foi à revelia da lei. Era um assassinato premeditado. Tanto era verdade que o que aconteceu? Cadê o Adriano hoje? Acabou o Adriano. Foi cometido o crime e a senhora jornalista é testemunha disso.

Mas por que chegou ao senhor essa informação? Sou advogado do Flávio. Volta e meia citavam esse cidadão de forma fraudulenta para vincular a meu cliente. Tudo o que se diz me interessa. Ora, naquele momento, como havia lhe dito, já circulava no meio de inúmeros advogados que aquela operação havia acontecido sem mandado judicial. E eu sugeri tentar ver o que tinha de documento. Não teve resposta. O que ela [mulher do Adriano] gritou e anunciou na Veja aconteceu. Quem sabe se a imprensa tivesse feito antes o barulho que faz agora teria evitado o assassinato de uma pessoa.

O presidente citou na entrevista nesta terça (18) também uma preocupação com os celulares apreendidos do Adriano. Qual é a preocupação? Eu não vi a entrevista, como lhe disse, mas eu duvido que ele tenha reocupação com o celular do Adriano. O que acho que existe é o presidente querer uma investigação séria. E isso é obrigação.

Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro
Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro - Bruno Santos/Folhapress
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