Entenda quais são os movimentos que organizam ato endossado por Bolsonaro

Grupos e parlamentares convocam para manifestação que mira o Congresso

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São Paulo

A manifestação que mira o Congresso convocada para 15 de março e endossada pelo presidente Jair Bolsonaro por meio de mensagens no WhatsApp foi convocada pelos movimentos de rua nascidos nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e que aderiram ao bolsonarismo. 

A maioria dos movimentos gira em torno das mesmas pautas, como defesa do governo Bolsonaro, do ministro Sergio Moro, do pacote anticrime, da prisão em segunda instância e da Escola Sem Partido. 

Os grupos afirmam que não defendem pautas autoritárias, como o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) ou intervenção militar. Nas páginas dos movimentos nas redes sociais, porém, a discussão avança e chega a temas como fim do STF e defesa de um novo AI-5, ato que iniciou o período mais repressivo da ditadura militar. 

Veja o que defendem os grupos de rua, quando foram fundados, seu alcance nas redes sociais, e também o que pregam em relação ao dia 15 de março.

Nas Ruas
Define-se como um “movimento de combate à corrupção e à impunidade”. Surgiu em julho de 2011. Tem pouco mais de um milhão de seguidores no Facebook. Em relação a 15 de março:

  • Apoio à fala do General Heleno
  • Fim do que chamam de “chantagem da Câmara dos Deputados com o governo”
  • Marcos Bellizia, um dos líderes do grupo, afirma que “o Brasil cansou desta câmara dos Deputados que luta para aumentar o fundo eleitoral (...), mas que não coloca para votar o pedido de impeachment contra ministros do STF”

Movimento Avança Brasil
Define-se como “livres e de bons costumes” e defende um estado liberal. Afirma que o “STF está totalmente controlado pelo Foro de São Paulo”. Foi fundado em 2015 e tem 1,7 milhões de seguidores no Facebook. Em relação a 15 de março: 

  • São contrários ao que classificam como Parlamentarismo branco, chantagem do Congresso e fake news
  • “Se preparem Congresso e STF”, afirma publicação de convocação para os atos
  • Pedem respeito ao resultado das eleições, à separação de Poderes e à Constituição Federal

Movimento Brasil Conservador
Em sua página do Facebook, elenca algumas de suas prioridades. Dentre elas estão “a continuidade da essência cristã que construiu esse país” e “o combate à grande mídia”. Tem 36,6 mil seguidores no Facebook. Em relação a 15 de março: 

  • Contra o “parlamentarismo branco” e “manobras espúrias da esquerda”
  • Afirmam que a pauta única é a defesa de Jair Bolsonaro e que a imprensa tenta manipular a pauta da manifestação
  • Afirmam que os grupos não publicaram a imagem de apoio aos generais

Movimento São Paulo Conservador
Tem como lema “Fé, liberdade e ação” e divulga seminário com os temas “Era Karl Marx um Satanista?”. Tem 100,6 mil seguidores no Facebook. Em relação a 15 de março: 

  • Afirmam que políticos corruptos são o maior desafio de governabilidade para Bolsonaro
  • Negam que a manifestação peça fechamento do Congresso ou do STF. Também negam apoio a intervenção militar
  • Dizem que a imprensa e a esquerda desqualificam a manifestação com fake news e que a única pauta é apoio a Jair Bolsonaro

Movimento Conservador
Antigo Direita Brasil, fundado em 2016, o movimento defende a revogação do Estatuto do Desarmamento e o projeto de lei Escola sem Partido. Também se posiciona contra a legalização do aborto. Tem 251,8 mil seguidores no Facebook. Em relação a 15 de março: 

  • Contra o atraso que o STF e o Congresso estariam impondo ao presidente
  • Contra a “imposição de um parlamentarismo branco”
  • O presidente Edson Salomão diz que “o centrão tem o objetivo de travar a governabilidade do presidente e [...] ferrar a vida de todos nós”

Políticos que endossam a manifestação

Carla Zambelli
Deputada federal de São Paulo (PSL)

  • Em suas redes, a deputada afirma que "há forças no congresso querendo minar o governo" e que não aceitarão "caciques invertam regras, para prestigiar os que acabaram com o Brasil"
  • Defende que "a pauta será única, em apoio ao governo (e à fala do General)"

Filipe Barros
Deputado federal do Paraná (PSL)

  • Foi um dos indicados de Bolsonaro a compor a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, em agosto de 2019. Em julho, o político protocolou um pedido de prisão temporária do jornalista Glenn Greenwald e, em março, defendeu a comemoração do golpe militar de 1964 no Brasil.
  • Em relação às críticas às manifestações programadas para o dia 15, Barros rebate afirmando que o PT teria "fechado o congresso nacional ao comprar parlamentares com proprina"

Éder Mauro
Deputado federal do Pará (PSD)

  • Ex-delegado foi eleito em 2014 deputado federal e reeleito em 2018.
  • Nas redes, vem manifestando apoio aos atos do dia 15 e divulgando o local da concentração do protesto na cidade de Belém. Nesta terça-feira (25), publicou: "Vamos juntos num só sentimento! O Brasil vai às ruas!"

Soraya Thronicke
Senadora de Mato Grosso do Sul (PSL)

  • Se elegeu com pautas alinhadas ao bolsonarismo, como a defesa do armamento da população e a oposição à legalização de drogas. Em maio, foi eleita presidente do PSL Mulher e seguiu defendendo pautas conservadoras
  • Dois dias depois do áudio do General Heleno vazar, disse em sua conta no Twitter para não duvidarem do ministro
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