A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à Justiça para adiar um interrogatório marcado para este mês com a justificativa de que o petista pretende viajar ao Vaticano para se encontrar com o papa Francisco.
Lula tem depoimento marcado na Justiça Federal de Brasília no dia 11 de fevereiro, na Operação Zelotes, em que ele é investigado por suspeita de participar de uma suposta venda de uma medida provisória que teria atendido a interesses de empresas do setor automobilístico.
O ex-presidente sempre negou qualquer participação em esquema criminoso. O pedido para adiamento do interrogatório foi feito ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal de Brasília.
Segundo a defesa de Lula, a viagem dele ao Vaticano está agendada para o dia 12 deste mês, um dia após a data do depoimento na Justiça Federal, o que poderia trazer dificuldades logísticas nos deslocamentos.
Os advogados dizem ainda que, no dia 13, o ex-presidente vai se encontrar com o papa Francisco, com quem tem audiência agendada. A volta do petista para o Brasil está marcada para o dia 15 de fevereiro, segundo eles.
A defesa de Lula pede que seja adiado o interrogatório e afirma que, "conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual sua presença seja obrigatória".
Após 580 dias preso, Lula deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba em novembro do ano passado. O petista saiu da prisão após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que mudou seu entendimento em relação à prisão de condenados antes do trânsito em julgado (fim dos recursos).
O petista foi preso após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Ele foi considerado culpado em primeira e segunda instância e depois no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Lula também foi condenado no caso do sítio de Atibaia (SP) em primeira instância e depois no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
Além das duas condenações, ele é réu em outros seis processos que tramitam tanto na Justiça Federal do Paraná como no Distrito Federal e em São Paulo.
A defesa de Lula tem negado todas as acusações desde a apresentação das denúncias e classificado a atuação dos investigadores como perseguição política.
Quando o ex-presidente Lula estava preso, em maio de 2019, ele recebeu uma carta do papa Francisco em solidariedade “às duras provas que o senhor viveu ultimamente”. No texto, o líder católico citava a morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur.
A correspondência do Vaticano foi uma resposta a uma carta que o ex-presidente enviou ao papa Francisco em março.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.