Devolução de mandato a acusado uniu centrão e esquerda; veja como votou cada deputado

Wilson Santiago (PTB-PB) é acusado de organização criminosa e corrupção

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Brasília

A votação da noite desta quarta-feira (5) para restituir o mandato ao deputado Wilson Santiago (PTB-PB) uniu partidos antagônicos em uma mesma posição. 

O deputado Wilson Santiago
O deputado Wilson Santiago - Divulgação/Câmara dos Deputados

O centrão e siglas de esquerda como o PT e PC do B votaram a favor do petebista, acusado de receber propina de verbas desviadas de obras contra a seca no Nordeste. Já os rivais PSL —ex-sigla de Jair Bolsonaro— e PSOL votaram pela manutenção do afastamento.

Os partidos que mais se colocaram favoráveis à retomada do mandato por Santiago, proporcionalmente, foram MDB (100%), PC do B (100%), PTB (100%), PT (94%), PL (93%), Republicanos (88%), PP (85%), DEM (85%), Patriota (80%), SD (79%) e PSD (76%).

A conta inclui votos a favor do relatório do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), pela derrubada do afastamento, ausências e abstenções, que, na prática, beneficiaram o petebista (era preciso ao menos 257 votos para afastá-lo).

O placar mostrou 233 votos pela derrubada da decisão do Supremo e 170 contrários. Houve 7 abstenções e 102 ausências, que contaram, na prática, a favor de Santiago.  

O Podemos, que se autointitula o partido da Lava Jato, teve dois votos favoráveis a Santiago —Bacelar (BA) e Ricardo Teobaldo (PE)— e cinco ausências. Isso representa 64% de sua bancada.

No sentido contrário, ou seja, de apoio à decisão do STF de afastar Santiago, os destaques foram o Cidadania (100%), PV (100%) e Rede (100%), que só tem uma deputada.

O PSL registrou 44 votos pelo afastamento, o que equivale a 83% da bancada.

O PSOL deu 9 de seus 10 votos no mesmo sentido —a deputada Áurea Carolina (MG) justificou a ausência por estar na 38ª semana de gestação e afastada por recomendação médica.

O Novo, 6 de 8 —estavam ausentes o ex-líder da bancada Marcel Van Hattem (RS) e o deputado Lucas Gonzalez (MG). O partido informou que os parlamentares estão nos EUA, onde participam de um evento que reúne congressistas de diversos países.

A discussão sobre manter ou não o afastamento do petebista envolvia discussões políticas e jurídicas. 
Decisões do Supremo Tribunal Federal de afastar parlamentares do mandato são controversas —e, no caso de Santiago, havia sido tomada por um único ministro, sem que houvesse condenação. 

Há precedentes nesse sentido —afastamento por um ministro, sem condenação— nos casos de Eduardo Cunha (MDB-RJ), em 2016, e Renan Calheiros (MDB-AL), em 2017. Por outro lado, defensores do afastamento apontavam risco às investigações.

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