Líder de ato pró-Bolsonaro em PE é detido por ignorar decreto contra aglomeração

Na redes sociais, deputado Eduardo Bolsonaro disse que medida era fascista

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Recife

Um dos organizadores da manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi detido na tarde deste domingo (15) por desrespeitar decreto do governo de Pernambuco que proíbe eventos com mais de 500 pessoas.

O ato ocorreu na avenida Boa Viagem, na zona sul do Recife. O homem de 21 anos, cujo nome não foi revelado pela Polícia Civil, foi encaminhado à delegacia de Boa Viagem e liberado após ser lavrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). O procedimento é comumente usado para crimes de menor potencial ofensivo.

Manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista - Bruno Santos - 15.mar.2019/Folhapress

Nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente, criticou a medida. “Prender um cara porque estava segurando uma plaquinha? Já sei que vão falar do coronavírus”, postou.

Ele ironizou a ação policial. “Mas o corona só se pega em manifestação ou em estádio e ônibus também? Revolta seletiva do governador? É o Estado acima das liberdades. Se isso não é fascismo eu não sei o que é”, escreveu.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que ele foi autuado com base no artigo 268 do Código Penal, que prevê sanção para quem infringir determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa.

O decreto 48.809/20, assinado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, no sábado (14), vetou qualquer evento no estado com mais de 500 pessoas como medida contra o avanço do coronavírus.

Um homem de 57 anos, que também estava na manifestação, foi autuado por desacatado à autoridade por ter invadido a delegacia, conforme a Polícia Civil, e desrespeitado a equipe de plantão.

Nelson Monteiro, presidente do movimento Endireita Pernambuco, disse que a ação da polícia foi arbitrária.

“A polícia diz que ele é um dos líderes, mas era um manifestante que deixaram subir no trio. Neste momento, pediu uma vaia para Paulo Câmara e foi detido em seguida. É um ato arbitrário”, afirmou.

A Polícia Civil de Pernambuco comunicou que está cumprindo a legislação e a recomendação das autoridades sanitárias sem qualquer avaliação da orientação ou motivação do protesto em questão.

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