A população mais rica e com maior grau de escolaridade responde de maneira mais negativa a declarações e ao desempenho de Jair Bolsonaro na crise do coronavírus.
Pesquisa Datafolha indica que o presidente enfrenta opinião crítica em segmentos que estiveram na linha de frente do apoio à sua candidatura em 2018 e se mantiveram numerosos na sustentação de seu primeiro ano de governo.
Entre eleitores com ensino superior, 68% disseram rejeitar a afirmação de Bolsonaro de que a pandemia é marcada por uma “histeria”. Nos segmentos que têm apenas o ensino fundamental ou o ensino médio, esse percentual foi de 50%.
O grupo de entrevistados mais escolarizados e com maior renda é também aquele que se julga mais bem informado sobre a crise.
Eleitores com ensino superior são aqueles que mais consideram que Bolsonaro faz um trabalho ruim ou péssimo para enfrentar a pandemia: 46% deles pensam assim, enquanto apenas 27% dos entrevistados com ensino fundamental deram essa resposta.
O segmento de escolaridade mais alta também rejeitou mais o comportamento de Bolsonaro no protesto de 15 de março. Nessa faixa, 80% afirmaram que o presidente agiu mal ao cumprimentar apoiadores. O índice foi de 63% entre eleitores com ensino fundamental completo.
Entrevistados de renda mais alta espelham parte dessa avaliação, uma vez que fatias dos dois grupos são coincidentes.
A avaliação negativa das ações do presidente é de 34% entre eleitores que recebem entre cinco e dez salários mínimos e de 51% no grupo com renda superior a dez salários.
Nos segmentos de baixa renda, os índices de reprovação são de 33% (renda de até dois salários mínimos) e 29% (renda de dois a cinco salários).
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