Gil Vianna, deputado estadual no Rio, morre vítima da Covid-19

Parlamentar eleito pelo PSL estava internado havia oito dias; família e hospital não comentam sobre se ele usou cloroquina

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São Paulo e Rio de Janeiro

O deputado estadual Gil Vianna (PSL-RJ), aliado da família Bolsonaro, morreu na noite de terça-feira (19) vítima da Covid-19. Ele estava internado havia oito dias no hospital da Unimed de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, por ter contraído o novo coronavírus.

Segundo informações da Assembleia Legislativa do Rio, o deputado de 54 anos piorou no início da noite, precisou ser intubado e morreu após sofrer uma parada cardíaca às 22h45.

A família do deputado não quis informar se ele foi tratado com cloroquina, conforme publicado pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Questionada sobre a utilização desse medicamento, sem comprovação científica mas defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, a assessoria de Gil Vianna limitou-se a afirmar que “o protocolo usado no tratamento do deputado não foi divulgado pela família”.

O hospital também não negou nem confirmou o uso de cloroquina, alegando que “segue as orientações de que as informações de prontuário médico são sigilosas e pertencem ao paciente ou seus familiares”.

Deputado estadual Gil Vianna (PSL-RJ)
O deputado estadual Gil Vianna (PSL-RJ) era pré-candidato a prefeito de Campos dos Goytacazes - Reprodução do Facebook

“Quanto aos protocolos utilizados dentro de nossa unidade, eles seguem as evidências científicas existentes atuais para abordagem terapêutica para infecção ao Covid-19 e suas complicações. Cabe também ao médico assistente, com a anuência do paciente ou seus familiares, a prescrição médica”, afirmou a instituição.

Segundo a assessoria de imprensa do deputado, antes mesmo de ser infectado pelo coronavírus, ele cumpria as medidas de isolamento na pandemia, indo às ruas apenas quando necessário.

Nos últimos dias, atualizações divulgadas pela assessoria informavam que o deputado apresentava quadro de saúde estável e respondia bem ao tratamento contra a Covid-19. Ele era atleta e chegou a coordenar o time de vôlei do Flamengo em Campos.

Eleito com 28.636 votos, Vianna estava no segundo mandato como deputado estadual. A primeira experiência na Assembleia foi como suplente. Filho de um garçom e de uma dona de casa, era ex-policial militar e ex-oficial do Exército. Foi vereador duas vezes em Campos dos Goytacazes, seu reduto eleitoral. Era pré-candidato a prefeito da cidade.

Vianna teve dois filhos e duas filhas. Uma delas, Gabriela, já morta, tinha necessidades especiais, o que levou o pai a definir a defesa dos direitos das pessoas com deficiências como uma de suas causas políticas.

"Infelizmente perdemos nosso Gil Vianna. Um ótimo sujeito, simples, um amigo nosso. É uma grande tristeza", afirmou o presidente da Assembleia do Rio, deputado André Ceciliano (PT).

A morte foi lamentada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os dois eram amigos e estiveram próximos na última campanha eleitoral.

"Cara do bem, trabalhador e meu colega de partido quando deputado estadual no Rio. Que Deus o tenha e conforte sua família", escreveu o senador em uma rede social.

O PSL, legenda do deputado, foi o partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente e Flávio, senador. Ambos romperam com a legenda e se desfiliaram no final do ano passado.

O ex-governador Anthony Garotinho (PRP), que também tem sua base eleitoral em Campos, escreveu pedindo consolo aos amigos e familiares de Vianna.

Outros políticos do Rio, como os deputados federais Pedro Paulo (DEM-RJ) e Sóstenes Cavalcante (Democratas), também lamentaram a morte.

A Assembleia do Rio decretou luto oficial, com a suspensão de atividades durante três dias.

No início da semana, o ex-governador da Paraíba Wilson Braga morreu aos 88 anos vítima da Covid-19. De família tradicional na política paraibana, ele estava internado desde o dia 1º de maio no hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa.

A mulher dele, a ex-deputada federal Lúcia Braga, morreu no dia 8 de maio, também vítima da Covid-19. Ambos chegaram no mesmo dia no hospital, mas Lúcia, em estado mais grave, foi direto para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O ex-governador foi levado ao tratamento intensivo um dia depois do falecimento da esposa.

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