Curso gratuito sobre ditadura oferecido pela Folha atinge 45 mil inscritos

Conteúdo abrange as várias fases do período autoritário de 1964-85 no Brasil; jornal publicará projeto especial no domingo

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São Paulo

O curso gratuito sobre a ditadura militar oferecido pela Folha atingiu 45 mil inscrições desde que foi anunciado pelo jornal, na quarta-feira (24). Até agora, mais de 50% dos inscritos têm menos de 37 anos. A atividade contará com aulas online ministradas pelo jornalista e escritor Oscar Pilagallo.

Serão quatro módulos, cada um com uma hora de duração, liberados sempre à 0h, a partir deste domingo (28). O conteúdo abrange as várias fases do período autoritário de 1964-85 no Brasil. Interessados podem se inscrever em oquefoiaditadura.folha.uol.com.br.

Também neste domingo, a Folha publicará o projeto especial “O Que Foi a Ditadura”, que disseca os fatos da época e é direcionado principalmente a pessoas que não o viveram diretamente.

As duas iniciativas são uma oportunidade de conhecimento para a parcela de brasileiros —54,2% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)— que nasceu após o ano de 1985, quando o regime terminou.

“As pessoas, especialmente as mais jovens, tendem a dar de barato que a democracia é uma coisa que sempre esteve aí. Mas se esquecem, ou não sabem, que nem sempre foi assim”, afirma Pilagallo.

Responsável por conduzir o curso, o jornalista é autor do livro “A História do Brasil no Século 20” (Publifolha) e coautor de “O Golpe de 64” (Três Estrelas). Na Folha, desempenhou diversas funções, entre elas a de editor de Economia, nos anos 1990.

Ao longo das aulas, ele falará sobre a armação do golpe, a escalada autoritária, o endurecimento do regime a partir do Ato Institucional nº 5 (1968) e a reabertura democrática (1985).

Pilagallo diz que seu objetivo é que o curso seja analítico e equilibrado. Ele afirma que o cenário de polarização torna a tarefa desafiadora, já que "qualquer visão mais equilibrada tende a apanhar dos dois lados”.

Ainda sobre o tema, a Folha lançará neste sábado (27) uma campanha publicitária em defesa da democracia. O filme será exibido no intervalo do Jornal Nacional, da TV Globo.

A campanha do jornal contra a ditadura é inspirada na mobilização das Diretas Já, em 1984, em que a Folha teve papel de destaque, e foi criada internamente.

Há 36 anos, uma faixa amarela foi acrescentada ao cabeçalho do jornal, junto da frase “Use amarelo pelas diretas já”. Agora, a faixa retorna, com a sugestão “#UseAmarelo pela Democracia”, nas versões impressa e digital.

O filme publicitário já começou a circular em mídias sociais e será veiculado ainda em canais de TVs abertas e pagas.

A ditadura militar foi marcada por ausência de eleições presidenciais diretas, interferência do regime nos Poderes Legislativo e Judiciário, censura e repressão violenta à oposição, com assassinatos e torturas.

Na economia, adotou um modelo que, se teve momentos de euforia com taxas expressivas de crescimento, deixou a semente para hiperinflação, aumento da desigualdade e endividamento externo.

Também favoreceu a corrupção em grandes obras públicas e gerou escândalos que só não foram mais divulgados em razão da falta de transparência do período e da perseguição à imprensa.

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