Uma conta que reúne apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter publicou dados pessoais da fotógrafa do jornal O Estado de S. Paulo Gabriela Biló, que passou a sofrer perseguição na rede social.
A postagem feita pelo perfil Black Dog acusa a jornalista de filmar a casa da ativista bolsonarista Sara Winter, que foi alvo no último dia 27 de um mandado de busca e apreensão no âmbito do inquérito que apura ameaças e fake news contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com o jornal, vídeos com declarações da jornalista foram editados ao serem apresentados pelo perfil no Twitter. Num deles, a ativista diz ter sido ameaçada de morte por um grupo contra o fascismo, mas o trecho foi cortado dando a entender que a ameaça tinha sido feita pela repórter, que estava no local para acompanhar a ação da Polícia Federal.
Na conta, que somava mais de 9.000 seguidores e estava fechada na tarde desta quarta-feira (3), foram divulgados o endereço, documentos e uma foto da casa da família da jornalista. Acionado pelo jornal, o Twitter declarou que analisa o caso para tomar as medidas cabíveis.
Segundo O Estado de S. Paulo, além do vídeo com Winter, o perfil também fez uma montagem de uma entrevista concedida por Gabriela, em 2018, para estudantes da Escola de Comunicação e Artes da USP, em que ela fala da experiência de cobrir os protestos de junho de 2013.
Na ocasião, ao falar sobre o local com menos risco para cobrir um protesto, ela diz que preferia ficar ao lado dos manifestantes, mas o vídeo tirou de contexto esse trecho da fala de Gabriela. O mesmo é feito em outros trechos em que a jornalista fala sobre a recompensa social de registrar tais momentos. Os vídeos originais foram publicados pelo jornal.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.