Ex-secretários de Alckmin fazem moção de apoio a tucano, incluindo Covas, França e vice de Doria

Lista de apoio após denúncia tem 62 nomes; ex-auxiliares do tucano dizem que acusações não procedem

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São Paulo

Ex-secretários do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) divulgaram nesta quarta-feira (29) uma moção de apoio ao tucano após ele ter sido denunciado pelo braço eleitoral da Lava Jato sob acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral (caixa dois).

A lista, com 62 nomes, inclui até políticos hoje adversários na eleição municipal de São Paulo, como Márcio França (PSB), Andrea Matarazzo (PSD) e o prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição. O vice-governador de João Doria (PSDB), Rodrigo Garcia (DEM), também assina a moção de solidariedade.

"Nós, que tivemos a honra e o privilégio de trabalhar com o ex-governador Geraldo Alckmin, testemunhando a sua diuturna preocupação com os mais elevados valores éticos, sérios compromissos republicanos e democráticos, manifestamos publicamente a nossa solidariedade a ele neste momento, com a certeza de que no tempo certo a Justiça se pronunciará definitivamente sobre os fatos noticiados recentemente, proclamando o que por todos já é sabido, a improcedência das atribuições que lhe foram dirigidas", diz o texto.

Também assinam a moção Davi Uip (PSDB), Gabriel Chalita (PDT), José Aníbal (PSDB), José Luiz Penna (PV), Júlio Semeghini (PSDB), Márcio Elias Rosa, entre outros (veja abaixo).

Alckmin foi governador de São Paulo entre 2001 e 2006 e entre 2011 e 2018. Na eleição presidencial de 2018, obteve o pior resultado do PSDB, com menos de 5% dos votos.

Desde a derrota, Alckmin tem se mantido longe dos holofotes e tem se dedicado a estudos acadêmicos, mas ensaia voltar à vida pública. Seus aliados não descartam que ele concorra em 2022 —ao Governo de São Paulo, ao Senado ou até ao Palácio do Planalto, embora o nome mais estabelecido entre os tucanos para o pleito seja o de Doria.

No entanto, a denúncia na última quinta, após um indiciamento pela Polícia Federal uma semana antes, representou um revés para o ex-governador em seus planos de voltar às urnas.

Após a denúncia, Alckmin teve que deixar a campanha de Covas à reeleição. O ex-governador seria o coordenador do programa de governo do prefeito, posto de protagonismo e que abriria o caminho para seu retorno em 2022.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo, o ex-governador recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes de 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. Ele foi eleito nas duas ocasiões.

Além do ex-governador, foram denunciados Marcos Monteiro, ex-tesoureiro do PSDB, Sebastião Eduardo Alves de Castro, ex-assessor de Alckmin, e ex-executivos da Odebrecht que firmaram acordos de colaboração com o Ministério Público.

As investigações foram iniciadas com base nas delações da Odebrecht e aprofundadas com outros elementos de prova pela Polícia Federal. Também prestou depoimento ao Ministério Público Sérgio Brasil, ex-diretor do Metrô que fechou acordo de delação premiada.

Em nota, a defesa de Alckmin lamenta a denúncia e diz que ele "jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos".

"As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos. Por isso, confiante na Justiça, responderá aos termos da denúncia, seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública", dizem os advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Marcelo Martins de Oliveira.

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