Em meio a discussão sobre vice, Covas faz elogios a Marta Suplicy

Prefeito inaugurou seu primeiro CEU, e também fez aceno ao PSD de Gilberto Kassab

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São Paulo

Em meio às negociações para a escolha de quem vai ocupar a vaga na vice de sua chapa para a eleição de novembro, o prefeito paulistano, Bruno Covas (PSDB) fez elogios públicos a uma das cotadas, a ex-prefeita Marta Suplicy.

Covas inaugurou o primeiro de 12 CEUs (Centros de Educação Unificados), na vila Alpina (zona leste da capital), nesta manhã. Ao dizer que se tratava de um ato de continuidade administrativa, afirmou: "O CEU é uma marca da gestão Marta Suplicy".

O prefeito Bruno Covas na inauguração do CEU da Vila Alpina, na zona leste
O prefeito Bruno Covas na inauguração do CEU da Vila Alpina, na zona leste - Ettore Chiereguini/AGIF/Folhapress

A ex-senadora Marta governou São Paulo de 2001 a 2004 pelo PT, partido que deixou e 2015 após 34 anos. Voltou a disputar, sem sucesso, as eleições municipais de 2004 e 2008 ainda como petista e, em 2016, pelo MDB.

Pesquisas qualitativas de partidos apontam que a imagem da ex-prefeita ainda tem relevância na periferia paulistana justamente pela implantação dos CEUs, locais que ecoam os Cieps do então governador fluminense Leonel Brizola (1922-04) e ofertam atividades em período integral para alunos e comunidades.

Citou também o ex-prefeito Gilberto Kassab, que também inaugurou CEUs em sua gestão (2006-2012). O aceno ocorre em meio a especulações, entre tucanos, de que o PSD presidido por ele poderia compor com Covas e fornecer o nome do ex-comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Salles, para a vice.

Contra isso há o fato de que Kassab já está na rua com a candidatura de Andrea Matarazzo, ex-tucano que foi vice na chapa derrotada de Marta em 2016. Aliados do pessedistas dizem ser nula a chance de ele ser atraído ao tucanato.

Salles também aumentaria os estranhamentos entre Covas e João Doria, de quem foi vice por um ano na prefeitura, já que o ex-chefe da PM deixou o cargo em meio a um atrito com o governador tucano de São Paulo.

A construção de CEUs foi reativada este ano. O programa atual da prefeitura é entregar mais 11 unidades completas até o fim do ano, a um custo de R$ 550 milhões. "Pouco importa quem começou, se faz bem às pessoas", disse o prefeito.

Marta, hoje no Solidariedade, está rondando os radares de pré-candidatos à prefeitura não só no grupo de Covas. Setores do PT contrários à candidatura de Jilmar Tatto tiveram a sinalização de que ela toparia ser vice caso o candidato fosse o ex-prefeito Fernando Haddad (2013-16).

A articulação não prosperou porque Haddad resistiu a se candidatar. Aliados de Covas consideram que Marta é uma opção que poderia fazê-lo ganhar no primeiro turno este ano, mas a avaliação está longe de ser unânime entre estrategistas mesmo do PSDB.

O prefeito tem dito a interlocutores que só trabalhará o nome para a vice após seu arco de alianças estar fechado. Até o começo desta semana, estava tudo certo para que a vaga fosse do apresentador José Luiz Datena (MDB), mas ele acabou desistindo.

Isso jogou alguma areia na engrenagem montada por Doria com o DEM e o MDB para azeitar uma composição, que passa pela eleição do comando do Congresso em fevereiro de 2021, visando sua eventual candidatura à Presidência em 2022.

Entre tucanos, como mostrou a Folha, também ganhou tração o nome da senadora Mara Gabrilli, que comporia uma chapa puro-sangue e obrigaria outro rateio de poder com os aliados.

A aliança apelaria, contudo, a uma faixa semelhante de eleitorado já no escopo da figura de Covas, mais centrista e ligada a causas que se autodenominam progressistas.

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