Presos pela PF, irmãos Efromovich, da Avianca, têm histórico turbulento em estaleiros e no setor aéreo

Empresas da dupla entraram em recuperação judicial nos últimos anos

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São Paulo

Presos nesta quarta-feira (19) na operação "Navegar é Preciso", da Polícia Federal, que apura desvios na Transpetro, os irmãos German e José Efromovich têm uma história de negócios turbulenta não só nos estaleiros mas também no setor aéreo.

A família é dona da Avianca Brasil, que teve a falência decretada há um mês, a pedido da própria empresa, com dívidas acima de R$ 2,7 bilhões. Nascida em 1998 como Ocean Air, a companhia parou de operar em dezembro de 2018, quando tinha cerca de 10% de participação do mercado doméstico.

Carregou dívidas com funcionários, operadores de aeroporto, arrendadores de aeronaves e outros grandes credores que planejavam rastrear os ativos do controlador José.

Um homem calvo e de gravada gesticulando
O presidente da companhia aérea Avianca, José Efromovich - Foto: Eduardo Knapp - 29.Out.2013/Folhapress

O irmão German também tem sua experiência de fracasso no setor aéreo, mas com outra empresa, a colombiana Avianca Holdings, uma das maiores da América Latina, com 50% do mercado doméstico na Colômbia, que pediu recuperação judicial nos Estados Unidos em maio, na esteira da pandemia.

A queda de German no setor aéreo começou antes, quando ele perdeu a presidência do conselho de administração da companhia, e também o controle acionário, em maio de 2019, após deixar de pagar um empréstimo de US$ 456 milhões à americana United.

Mas a aviação é apenas um dos mercados que fazem parte do emaranhado de negócios da dupla reunidos em torno do Synergy Group, dono também dos estaleiros Mauá e Eisa.

A prisão desta quarta diz respeito às operações dos Efromovich nos mares, onde as turbulências são anteriores.

Um dos grandes estaleiros do país, o Eisa (Estaleiro Ilha S.A.) entrou em crise em 2014, quando teve de deixar de operar após passar meses sem pagar milhares de funcionários e com a entrega de embarcações atrasadas.

Fechou as portas alegando falta de dinheiro e pediu recuperação judicial no ano seguinte. Uma parte dos funcionários seria absorvida pelo outro estaleiro do grupo, o Mauá, que teve o mesmo destino.

A notícia foi um baque no projeto de reabilitação da indústria naval, estimulada no governo Lula com a propulsão do pré-sal. Sucateados nos anos 1980 e 1990, os estaleiros tinham sido reerguidos com a política de conteúdo nacional.

Os navios inacabados se somaram a uma lista de esqueletos deixados pela falência do setor no país após a descoberta do esquema de corrupção na Petrobras. Foi em 2016 que veio a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que citou German como responsável por um depósito de R$ 28 milhões em uma conta na Suíça, o que o empresário sempre negou.

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