Veja perguntas que levaram Bolsonaro a interromper entrevistas ou atacar a imprensa

Após debate na Globo, repetiu gesto ao ser questionado pela Folha sobre mentiras que repetiu sobre a agenda de Lula no Complexo do Alemão

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília e São Paulo

Quando confrontado com temas incômodos, como suspeitas envolvendo seus familiares ou ministros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) adota a estratégia de interromper entrevistas e atacar jornalistas. Desde o início do governo, foram diferentes casos desse tipo.

O último deles foi no início da madrugada deste sábado (29). Após o último debate presidencial destas eleições, na TV Globo, Bolsonaro foi questionado pela Folha sobre mentiras que repetiu a respeito da agenda de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Complexo do Alemão.

O presidente Jair Bolsonaro conversa com a imprensa após debate da TV Globo - Eduardo Anizelli - 28.out.2022/Folhapress

Bolsonaro voltou a dizer que o petista foi se encontrar com chefes do tráfico no local durante a campanha. A agenda, porém, foi organizada por líderes comunitários, entre eles o comunicador Renê Silva.

Ao ser questionado, Bolsonaro se irritou: "Você tem moral para me chamar de mentiroso?". Logo em seguida, bateu no púlpito e deixou o tablado.

Abaixo, perguntas que levaram Bolsonaro a interromper entrevistas ou atacar a imprensa.

"Se for nessa linha, acaba a entrevista."
Sobre os ataques de Carlos Bolsonaro ao seu vice, Hamilton Mourão, em 25.abr.2019.

"Está encerrada a entrevista, muito obrigado."
Sobre a divulgação de mensagens entre o ministro Sergio Moro (Justiça), enquanto juiz, e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, em 11.jun.2019

"Não vou responder pergunta idiota."
Sobre carona dada a familiares em helicóptero da Presidência em casamento de um de seus filhos, em maio daquele ano, em 26.jul.2019

"Se continuar pergunta nesse padrão, vai acabar a entrevista."
Sobre as ofensas feitas por ele à primeira-dama francesa Brigitte Macron em postagens nas redes sociais, em 27.ago.2019

"Imprensa, gosto muito de vocês. Mas tudo é deturpado. Quando fizerem uma matéria real do que aconteceu lá na ONU, eu dou entrevista."
Não houve pergunta, ele se recusou a falar com a imprensa antes mesmo das perguntas, em 30.set.2019

"Não tem coisas boas para perguntar para mim?"
Sobre a denúncia pelo Ministério Público Federal contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em 04.out.2019

"Tá com sua mãe."
Quando um ciclista perguntou sobre o caso Queiroz na porta do Alvorada, em 05.out.2019

Se retirou da entrevista, sem falas.
Quando foi questionado sobre críticas do decano do STF, Celso de Mello, em 29.out.2019

Diz que repórter tem "cara de homossexual terrível" e manda jornalistas ficarem quietos.
Sobre busca e apreensão realizada pela PF em endereços do senador Flávio Bolsonaro, em 20.dez.2019

"O livro é fake news, um livro mentiroso, não vou responder sobre o livro."
Sobre o livro "Tormenta", em que a jornalista Thais Oyama diz que o presidente orientou Queiroz a faltar em depoimento, em 14.jan.2020

"Acabou a entrevista."
Questionado se havia conflito de interesse na atuação do secretário-chefe da Secom, Fábio Wajngarten, em 15.jan.2020

"Fora, Folha de S.Paulo, você não tem moral para perguntar. Cala a boca."
Questionado sobre o caso Fábio Wajngarten, em 16.jan.2020

"Você está falando da sua mãe?"
No mesmo dia, no fim da tarde, questionado novamente sobre o caso de Fábio Wajngarten, em 16.jan.2020

"Já que deturpou a conversa, acabou a entrevista."
Pergunta sobre possível saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil, em 30.jan.2020

"Lamento, mas não vou conversar com vocês."
Não houve pergunta. Silêncio se deu um dia após morte de ex-PM ligado a caso de rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro, em 10.fev.2020

"PIB? PIB? O que que é PIB? Pergunta o que que é PIB."
Questionado sobre o crescimento de 1,1% do PIB em 2019. Bolsonaro ironizou a pergunta, não respondeu e pediu que humorista falasse com repórteres em 4.mar.2020

"Ache um brasileiro que confie no sistema eleitoral."
Durante viagem a Miami (EUA) Bolsonaro disse que houve fraude nas eleições de 2018. Questionado sobre provas, encerrou entrevista em 10.mar.2020

Se retirou da entrevista sem responder.
Ao desembarcar em Brasília e ser questionado sobre provas diante da acusação feita por ele de que houve fraude nas eleições de 2018 em 11.mar.2020

"É o [apoiador], ele que vai falar"
Ao atender à imprensa e aos seus apoiadores no Palácio do Alvorada, Bolsonaro ignorou os questionamentos dos jornalistas em relação à data de aniversário do golpe militar de 1964 e sobre o ministério da Saúde, em 31.mar.2020.

"Cala a boca"
Ao ser questionado por repórteres sobre mudanças na Polícia Federal, Bolsonaro mandou os profissionais que lhe perguntaram calarem a boca e atacou a Folha, chamando o jornal de "canalha", "patife" e "mentiroso", em 5.mai.2020

"Acabou a entrevista. Valeu, gente, obrigado"
Disse durante uma entrevista coletiva em Bagé (RS), após ser indagado sobre os estudos do governo para a criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, em 31.jul.2020

"A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?"
Após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, em 23.ago.2020

"Acabou a entrevista"
Ao ser questionado sobre a decisão do STJ de anular a quebra de sigilo de seu filho Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas" na Assembleia do Rio, em 24.fev.2021

"Não tem o que perguntar, não? Deixa de ser idiota"
Ao ser indagado pela repórter Driele Veiga, da TV Aratu, afiliada local do SBT, sobre as críticas de que foi alvo após ter posado para uma foto em Manaus com o apresentador Sikêra Júnior, da RedeTV!, e uma placa onde estava escrito "CPF cancelado", que faz referência a pessoas que foram mortas, em 26.abr.2021

"Cala a boca, vocês são uns canalhas"
Após ser lembrado por uma repórter de uma afiliada da TV Globo que foi multado pelo Governo de São Paulo por não usar máscara, em 21.jun.2021

"Você tem moral para me chamar de mentiroso?"
Ao ser questionado pela Folha sobre mentiras que repetiu sobre a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Complexo do Alemão, em 29.out.2022

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.