Além de Fux, Maia e mais três ministros de tribunais recebem diagnóstico de Covid após evento no STF

Luís Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro estiveram em cerimônia de posse de novo presidente do Supremo

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Brasília

Após o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, ter sido diagnosticado com a Covid-19, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os ministros Luís Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro, ambos do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e a ministra Maria Cristina Peduzzi, do TST (Tribunal Superior do Trabalho) também anunciaram que contraíram a doença.

Todos eles estiveram na posse de Fux na presidência do Supremo na semana passada, em cerimônia realizada com número reduzido de convidados e com a adoção de medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades para evitar a disseminação do coronavírus.

Maia apresenta sintomas brandos da doença, segundo nota da assessoria da Câmara. Está se tratando na residência oficial e seguirá em isolamento.

Já os dois integrantes do STJ estão sendo monitorados, mas estão assintomáticos. Palheiro, inclusive, confirmou o resultado positivo para o coronavírus durante sessão de julgamento desta terça-feira (15) da 6ª Turma da corte, transmitida pelo YouTube.

Em um perfil nas redes sociais, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) publicou uma foto do dia do evento no STF, na qual os dois ministros do STJ apareceram, sem máscara facial, ao lado da presidente da AMB, a juíza Renata Gil, que não usava proteção.

Quem também prestigiou a posse de Fux e apresentou sintomas da Covid-19 foi a presidente do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi. Ela foi hospitalizada na noite desta terça (15) e recebeu nesta quarta-feira (16) a confirmação de que contraiu o vírus.

A magistrada apresenta bom estado de saúde, com sintomas leves da doença e deve permanecer internada no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, até alta médica, informou o tribunal.

foto posada com todos sem máscara
Da esq. para a dir.: os ministros Marco Bellizze, Antonio Saldanha Palheiro, Renata Gil, presidente da AMB, o ministro Luiz Fux, e o ministro Luís Felipe Salomão - site da AMB

Desde março, de acordo com a assessoria do TST, a ministra Maria Cristina tem realizado todos os compromissos de forma telepresencial. No entanto, ela esteve presente na última quinta-feira (10) à cerimônia realizada no STF.

Durante o afastamento de Maria Cristina, o comando do TST será exercido pelo vice-presidente da corte, o ministro Vieira de Mello Filho.

Na posse, dentro do plenário do STF estavam 48 convidados de Fux. O local comporta até 250 pessoas.

Assessores de autoridades presentes, servidores do tribunal e os dragões da independência que fazem a recepção em cerimônias oficiais, porém, se acumularam do lado de fora, em muitos casos sem respeitar o distanciamento recomendado.

O Supremo reservou um espaço na área externa para profissionais da imprensa. Depois da solenidade, Fux ainda recebeu pessoas mais próximas em um coquetel no gabinete da presidência da corte. Pessoas que estiveram no encontro calculam que havia cerca de 30 pessoas presentes.

Na cerimônia, inicialmente Fux estava de máscara, mas a retirou logo no começo para ler o termo de posse, assim como a ministra Rosa Weber, que assumiu a vice-presidência do Supremo. Depois, ambos colocaram novamente a proteção facial para o restante do encontro.

À mesa de honra, além de Fux, estavam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Todos permaneceram de máscara durante o encontro, exceto Fux e Aras no momento de usar o microfone. Os demais não discursaram.

O ministro Marco Aurélio, que estava no assento que sempre ocupa no plenário, foi o responsável por falar em nome do STF para saudar a posse do colega. Ele também retirou a máscara para discursar.

No plenário, estavam os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski acompanharam a solenidade virtualmente. A distância entre as autoridades era pequena, mas havia uma proteção de acrílico entre os assentos que foi instalada pelo STF para a cerimônia.

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, fez um discurso para saudar Fux em nome da advocacia. Ele também retirou a máscara no momento de usar a tribuna. Os demais convidados que estavam na plateia permaneceram com a proteção facial durante a solenidade.

Toffoli, que passou o comando do STF a Fux, foi o único a não retirar a proteção ao usar o microfone.

​Felipe Santa Cruz fez exame para detectar coronavírus, mas ainda não havia recebido o resultado até a publicação deste texto.

Segundo a assessoria de comunicação do Supremo, 157 funcionários já foram diagnosticados com Covid-19 desde o início da pandemia. O órgão diz que não foi identificado caso de transmissão na corte. Ao todo, o STF tem 1.783 funcionários.

Apesar de estar com coronavírus, Fux presidiu nesta quarta-feira sua primeira sessão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Quando anunciou que estava com a doença, ele já havia afirmado que estava bem e que iria comandar o plenário nesta semana.

A sessão, no entanto, durou pouco mais de uma hora e foi encerrada por falta de quórum.

Fux chegou a chamar para julgamento um recurso contra decisão do STF de manter a validade de lei do município de São Paulo que proíbe o uso do amianto por setores da indústria.

Os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli e Cármen Lúcia, porém, não estavam presentes, e Luís Roberto Barroso se declarou impedido de julgar o tema. Com isso, não havia o número de ministros necessários para analisar o caso e a sessão foi encerrada.

Celso de Mello está de licença, e Toffoli não participou da sessão porque estava impedido de participar dos processos que constavam na pauta.

A assessoria informou que Toffoli fez exame para Covid no dia 10, antes da cerimônia de posse de Fux, e que o resultado deu negativo.

Erramos: o texto foi alterado

Enunciado anterior desta reportagem afirmou incorretamente que três ministros do STJ contraíram o coronavírus após evento do Supremo. O correto são dois ministros. O texto foi corrigido. 

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