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Cuiabá tem disputa entre prefeito réu e ex-prefeito que promete apoio de Bolsonaro

Emanuel Pinheiro se tornou réu em ação que apura o suposto recebimento de "mensalinho"

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Cuiabá

Na mesma semana em que anunciou que disputaria a reeleição, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), se tornou réu em ação penal que apura o suposto recebimento de "mensalinho" por deputados estaduais na gestão do ex-governador Silval Barbosa (2010-2014).

Emanuel ficou conhecido nacionalmente pelas imagens em que aparece recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó.

O vídeo integra a delação premiada do ex-governador e foi divulgado em agosto de 2017. Emanuel, que na época era deputado, e mais nove ex-parlamentares aparecem recebendo o suposto "mensalinho" no valor de R$ 50 mil mensais.

O prefeito alega que o dinheiro seria o pagamento de um serviço prestado por seu irmão, Marco Polo de Freitas Pinheiro, proprietário de um instituto de pesquisa eleitoral.

A Promotoria, porém, diz não haver evidência de dívida, já que não há nenhuma entrega de recibo no momento em que Emanuel recebe os maços de dinheiro.

Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro
Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro - Mayke Toscano/Secom-MT

Emanuel Pinheiro disputará a reeleição pela coligação "A mudança merece continuar", com 12 partidos (de todas as cores partidárias, desde PSDB a PC do B), o que lhe garante o maior tempo de rádio e TV.

Ele enfrentará outros sete candidatos. Entre eles, está o ex-prefeito de Cuiabá Roberto França (Patriota). França já avisou que o presidente Jair Bolsonaro será o carro-chefe de sua campanha.

Na opinião do ex-prefeito, o presidente é um homem simples e tem sido firme no combate a corrupção no país. França tem o apoio do governador Mauro Mendes (DEM) e do PSD.

O próximo prefeito de Cuiabá terá pela frente desafios comuns em capitais, agravados pela pandemia do coronavírus. Entre elas, a saúde, com alta demenda nos casos de urgência e emergência e relatos de desabastecimento de medicamentos.

Deve voltar a ser criticada, na campanha, a qualidade do transporte público, com ônibus lotados. As obras inacabadas do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que teve suas obras iniciadas em 2012 para ficar concluído em março de 2014, são um dos retratos dos problemas perenes na cidade —a obra é de responsabilidade do governo estadual, e já consumiu ao menos R$ 1 bilhão dos cofres públicos.

Pelo Pros, a ex-superintendente do Procon estadual, Gisela Simona, é a única mulher a disputar a Prefeitura de Cuiabá.

Ela teve bom desempenho em 2018, quando foi a mais votada em Cuiabá para uma vaga de deputada federal pelo Pros, mas não obteve o total de votos no estado para uma cadeira e hoje é suplente da deputada Rosa Neide (PT).

O vereador Abílio Júnior (Podemos), de primeiro mandato, é o principal opositor do atual prefeito na Câmara. Ligado à igreja evangélica Assembleia de Deus, deve focar nas redes sociais para ter sucesso no pleito.

Julier Sebastião (PT) é ex-juiz federal e disputará sua segunda eleição. Ele aposta na sua história dentro da magistratura e no apoio do ex-presidente Lula para vencer.

O advogado Aécio Rodrigues disputará o cargo de prefeito pelo PSL, partido que dirige no estado. Ex-servidor público, terá o apoio do PRTB, partido vice-presidente general Mourão.

Paulo Henrique Grando disputará pelo Novo. É formado em administração pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e mora em Cuiabá há 30 anos.

Gilberto Lopes Filho foi escolhido pelo Psol para disputar a prefeitura. Servidor público, já foi candidato a senador em 2014 e 2018, sem vencer.

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