Ministro do STJ decreta prisão preventiva de Pastor Everaldo

Presidente do PSC, Everaldo é suspeito de participar do suposto esquema de corrupção que motivou o afastamento de Witzel

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Brasília

O ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), decretou nesta sexta-feira (4) a prisão preventiva de Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, suspeito de participar do suposto esquema de corrupção que ensejou o afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).

Everaldo foi detido no último dia 28, durante a Operação Tris in Idem. Inicialmente, o ministro havia determinado sua prisão temporária (de cinco dias). Agora, com a conversão em preventiva, não há prazo para que ele seja solto.

Pastor Everaldo, preso em 28 de agosto no Rio
Pastor Everaldo, preso em 28 de agosto no Rio - Adriano Ishibashi/FramePhoto/Agência O Globo

A medida foi tomada a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apresentou indícios de que os crimes praticados pelo pastor são graves e contemporâneos. A decisão do ministro está em sigilo, mas foi confirmada pelo STJ.

Em nota, a defesa do Pastor Everaldo diz que ele é alvo de uma delação mentirosa. "Ele reitera que sempre esteve à disposição das autoridades. Prova disso é que, no dia 19/8, antes de ser preso, pediu formalmente ao STJ para ser ouvido. O Pastor reafirma sua inocência, confiança na Justiça e fé em Deus."

Via assessoria de imprensa, o PSC avalia como desnecessária a prisão de Everaldo, "um cidadão que sempre esteve à disposição das autoridades".

"O PSC confia na Justiça, entretanto alerta que a criminalização da política fragiliza a democracia.O ex-senador Marcondes Gadelha segue na presidência do partido e o calendário eleitoral da legenda permanece inalterado."

Artífice da candidatura de Witzel, Everaldo é suspeito de integrar um dos núcleos criminosos investigados. Segundo a PGR, ele instituiu uma caixinha única no governo, com a cobrança de pedágio no pagamento a fornecedores do estado. Uma das suspeitas está em pagamentos, em dinheiro vivo,​ na compra de um imóvel avaliado em R$ 2 milhões.

Em sua delação, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos conta que Witzel deu R$ 15 mil nas mãos de Everaldo, um dia antes da Operação Placebo, em uma suposta tentativa de impedir que investigadores encontrassem o dinheiro.

Santos também afirmou que Everaldo recebia 20% dos recursos desviados na área de saúde. Segundo investigadores, o pastor “age em sofisticada teia de relações que envolve muitas pessoas físicas e jurídicas”.

Além de decretar a prisão preventiva do presidente do PSC, o ministro Benedito Gonçalves mandou soltar alvos da Operação Mercadores do Caos, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar possíveis desvios na saúde. Entre os beneficiados, está o ex-secretário de Saúde do Rio Gabriell Neves.

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