Descrição de chapéu Eleições 2020 Coronavírus

Candidatos à Prefeitura de SP fazem campanha de rua sem máscara e com aglomeração

Em meio à pandemia, políticos cumprimentam eleitores com aperto de mão e não mantém o distancimento recomendado

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São Paulo

Em três semanas de campanha eleitoral, candidatos à Prefeitura de São Paulo foram às ruas sem máscara, tiveram contato físico com eleitores com abraços e apertos de mão e geraram aglomerações em agendas de rua em meio à pandemia de coronavírus.

Celso Russomanno (Republicanos), que lidera a corrida para a Prefeitura de São Paulo em um empate técnico com Bruno Covas (PSDB), provocou aglomerações e apareceu em eventos sem máscara e utilizando somente um visor facial, chamado de face shield, e uma máscara de plástico com válvula.

Uma pesquisa realizada em setembro e publicada na revista Physics of Fluids, do Instituto Americano de Física, mostra que esses dois equipamentos são ineficazes para conter o coronavírus.

No caso dos visores, como explica reportagem da Folha, as gotículas escapam pela parte inferior do visor já no primeiro segundo. Já no caso da máscara com válvula, um grande número de gotículas escapa pelo mecanismo durante o espirro ou tosse e se dispersa pelo ambiente.

A candidata Joice Hasselmann (PSL), que apareceu sem máscara em evento no primeiro dia de campanha, continuou participando de campanhas e eventos sem o uso do item de proteção, que é obrigatório, como em uma agenda em Heliópolis.

O mesmo aconteceu em um evento para adesivar carros na região do estádio do Pacaembu, em que ela também aparece abraçando crianças —que também estão sem máscaras— e adultos, sem respeitar o distanciamento recomendado para evitar o contágio por coronavírus.

Em um evento no bairro da Liberdade, no centro da cidade, Arthur do Val (Patriota) também posou para uma foto com eleitores sem usar máscara. Em outro evento na avenida Paulista, o candidato abraça eleitores cobrindo somente o queixo com o item de proteção.

No plano sanitário que define os protocolos para o dia da votação, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reuniu recomendações para as campanhas em meio à pandemia.

Estão entre as sugestões orientar o uso correto de máscara para os participantes, optar por espaços amplos e abertos quando em contato com outras pessoas e evitar aglomerações e distribuição de material impresso.

Em São Paulo, o uso de máscaras é obrigatório e pessoas físicas que estiverem sem o item podem ser multadas no valor de R$ 524.

O Ministério Público de São Paulo também explica que as regras sanitárias devem prevalecer às eleitorais em razão da pandemia de coronavírus e que os partidos receberam recomendações para seguirem as regras de distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel.

Atual prefeito da capital paulista, Bruno Covas cumprimentou eleitores e abraçou-os em agenda próxima à avenida Paulista.

Já o candidato Guilherme Boulos (PSOL), terceiro colocado na corrida pela Prefeitura segundo o Datafolha, também teve contato físico com eleitores e gerou aglomerações em eventos na cidade.

Jilmar Tatto (PT), que também causou aglomeração, além de cumprimentar e abraçar eleitores, aparece em foto próximo a uma senhora, como se estivessem dançando, durante agenda em Cangaíba, na zona leste da capital paulista.

A assessoria da Prefeitura de São Paulo afirma que "sempre que flagram situações de aglomerações de pessoas, agentes municipais orientam os cidadãos para que evitem se expor a risco de contaminação" e que "todas as campanhas devem obedecer às diretrizes apontadas pela Justiça Eleitoral".

Questionada se há alguma ação específica para evitar as aglomerações causadas pelas campanhas de rua, a assessoria não respondeu.​

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