Coronel amigo do presidente sai na frente em corrida por apoio de Bolsonaro em Manaus

Alfredo Menezes (Patriotas), da reserva do Exército, conta com presidente em eleição à prefeitura

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Manaus

Em Manaus, o coronel da reserva do Exército e ex-superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Alfredo Menezes (Patriotas), 57, passou a comemorar uma ajuda de peso: a menção de sua candidatura à Prefeitura de Manaus pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Quatro dos 11 candidatos a prefeito de Manaus já se declararam apoiadores e seguem a linha do presidente.

Estreante nas eleições, Menezes contou com a participação do presidente por meio de uma videochamada na carreata de lançamento da sua campanha eleitoral, no último domingo (27).

O presidente disse que, apesar de ter assumido compromisso de não se envolver nas eleições municipais, disse que pode mudar de ideia para influenciar nas disputas em três cidades: São Paulo, Santos (SP) e Manaus.

Bolsonaro já havia quebrado a promessa de não interferir nas eleições municipais e citado, por pelo menos duas vezes nas últimas semanas, o nome de Menezes como um “bom candidato” à prefeitura.

“Tem um careca lá que eu acho que é bom, tem não? Tem o careca não? Tem o Alfredo Menezes, não tem não? O coronel do Exército?”, sugeriu Bolsonaro, em conversa com apoiadores, no dia 22 de setembro.

Contemporâneo de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, onde começaram uma amizade que já dura 40 anos, Menezes seguiu carreira militar até os 46 anos, quando entrou para a reserva remunerada do Exército.

Depois de atuar como empresário por anos, em 2019 foi nomeado por Bolsonaro para o cargo máximo na Suframa, mas acabou exonerado em junho deste ano, após pressão política.

Antes disso, em 27 de março, ele participou de uma carreata contra o isolamento social em Manaus, que também teve o apoio do presidente Bolsonaro, que falou com os manifestantes via videochamada.

Dias depois, a pandemia de Covid-19 explodiu na capital do Amazonas, levando o sistema de saúde a um colapso, com enterros em valas coletivas. Em entrevista a uma rádio local na última quarta (30), o candidato afirmou que o presidente está esperando “o momento certo” para agir em Manaus.

“Ele prometeu me apoiar. Ele me garantiu que ia entrar na cidade de Manaus no momento certo para ele. E, dentro desse contexto, ele vem dando vários sinais”, disse.

Menezes aposta na popularidade de Bolsonaro, cuja imagem está estampada em todo o material de campanha do candidato, para chegar ao segundo turno.

“Não só eu, como a torcida do Flamengo inteira, está clamando pelo apoio do presidente. E aqui em Manaus não é diferente: vejo vários candidatos que pertenciam a oligarquias e hoje se dizem bolsonaristas. Com certeza o apoio do presidente é fundamental [para a eleição]”, disse.

Menezes não é o único que busca apoio de Bolsonaro. O deputado federal capitão Alberto Neto, 38, nomeado nesta quarta (30) vice-líder do governo na Câmara, é a aposta do Republicanos, partido do deputado federal Silas Câmara, presidente da Frente Evangélica, uma das maiores bases de apoio de Bolsonaro no Congresso.

Neto, que foi militar das Forças Armadas e oficial da Polícia Militar do Amazonas, tem boa desenvoltura nas redes sociais, assim como Bolsonaro. Enquanto seus principais concorrentes têm, em média, 20 mil seguidores no Instagram, Alberto Neto tem 158 mil. O coronel Menezes, por exemplo, tem menos de 6.000.

Em um dos vídeos compartilhados nas redes sociais de Alberto Neto, no início deste mês, o presidente Bolsonaro tece elogios ao político amazonense.

“Estou muito feliz com o que você está pretendendo fazer nesse estado [Amazonas]. Um capitão no Amazonas, outro no Planalto, com certeza”, diz Bolsonaro, no vídeo divulgado por Neto.

Os candidatos bolsonaristas têm como principais adversários políticos já conhecidos do eleitor amazonense.

Apoiado pelo atual prefeito, Arthur Neto (PSDB), o ex-senador, ex-deputado federal e ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Alfredo Nascimento (PL), 68, busca o terceiro mandato como prefeito. Ele governou Manaus entre os anos de 1997 e 2004.

Natural do Rio Grande do Norte, antes de ser prefeito de Manaus pela primeira vez, foi eleito vice-governador, ao lado de Amazonino Mendes, em 1995. Hoje, Amazonino Mendes (Podemos) é um opositor na disputa pela prefeitura de Manaus.

Aos 80 anos, Amazonino foi eleito governador do estado quatro vezes –a última em 2017, após a cassação do ex-governador José Melo– e tenta a quarta gestão na prefeitura da capital amazonense.

Outro ex-governador que está na disputa pela prefeitura é David Almeida (Avante), 51, que tenta pela primeira vez o cargo de prefeito. Almeida foi deputado estadual por três mandatos consecutivos (2007-2016) e, em 2017, assumiu o cargo de governador interino do Amazonas, após a cassação de José Melo (PROS).

Almeida tem no palanque aliados e membros de partidos que compõem o grupo de apoio do atual governador, Wilson Lima (PSC), como o senador e também ex-governador Omar Aziz (PSD) e o deputado federal Pauderney Avelino (DEM).

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