Entre os 14 nomes para a Prefeitura de Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) tentará a reeleição e assim manter a família no poder da capital de Mato Grosso do Sul. Entre os concorrentes estão deputados, uma chapa indígena e outra com procurador e policial federal.
A família Trad tem histórico político no estado. O patriarca, Nelson Trad, foi vice-prefeito na década de 1960, deputado estadual e federal entre os anos de 1983 a 2011. Os irmãos de Marquinhos também seguiram carreira: Nelsinho Trad foi prefeito por dois mandatos e atualmente é senador. Fábio Trad é deputado federal. O primo é Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.
O prefeito ainda conta com o apoio do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Em 2016, os tucanos perderam a eleição municipal para Trad. Agora, abriram mão de candidato próprio e do cargo de vice, ficando apenas com a chapa proporcional.
"Daremos continuidade a essa gestão para que possamos continuar vendo a capital se desenvolver", discursou Trad na convenção do PSD que confirmou sua candidatura à reeleição em setembro.
Entre os opositores, três são apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) e vão tentar angariar votos colando suas imagens à do presidente da República.
No grupo está o procurador licenciado Sérgio Harfouche (Avante). Ele foi candidato ao Senado em 2018, mas não foi eleito. Tem como trunfo o vice, o policial federal André Salinero (Avante), o vereador mais votado de Campo Grande em 2016.
Na mesma linha está o deputado estadual João Henrique (PL). Aos 30 anos em 2018, o advogado foi o mais jovem eleito para a Assembleia Legislativa.
O PSL em Mato Grosso do Sul mantém apoio a Bolsonaro, mas o nome que irá disputar a prefeitura da capital do estado ainda é incerto.
O vereador Vinícius Siqueira recorreu à Justiça contra o resultado da convenção partidária, que havia definido o deputado federal Loester Trutis como candidato. No último dia 27, a 44ª Vara Eleitoral atendeu ao recurso de Siqueira. Agora, Trutis recorre.
Dos adversários de Trad, dois já disputaram a prefeitura: o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) que, em 2004, perdeu a eleição para Nelsinho Trad, e o engenheiro civil e advogado Marcelo Bluma (PV), candidato em 2012 e 2016.
O PT tenta emplacar o deputado estadual Pedro Kemp, que está no quinto mandato na Assembleia Legislativa mas ainda não havia se lançado ao Executivo.
Outros exerceram cargos públicos, concorreram às eleições e não venceram, como o engenheiro civil Marcelo Miglioli, ex-secretário de Infraestrutura de Azambuja e que disputou o Senado. Sem espaço no ninho tucano, filiou-se ao Solidariedade para concorrer à prefeitura.
Na lista de novatos ainda aparecem o empresário Guto Scarpanti (Novo), que chegou a concorrer a deputado estadual; o advogado Esacheu Nascimento (PP), ex-diretor da Santa Casa de Campo Grande e que tentou vaga na Câmara dos Deputados em 2010; e o pecuarista Paulo Matos (PSC), que se arriscou na disputa para vereador em 2004.
Apenas dois partidos lançaram mulheres. O PSOL terá a psicóloga Cris Duarte e a índia terena Val Eloy como vice.
“Vivemos em um estado tradicional, machista, que coloca mulheres para cumprir tabela, viemos para fortalecer o debate da esquerda e o protagonismo feminino”, diz Duarte.
Eloy é fundadora da aldeia urbana Inamati Kaxé (Novo Dia), sendo a segunda mulher cacique em toda a história do povo terena.
O Podemos lançou Sidnéia Tobias, delegada aposentada da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Foi candidata a deputada estadual em 2018 pelo PDT.
O próximo prefeito de Campo Grande irá arcar com os desafios econômicos em consequência da pandemia da Covid-19 e de queixas recorrentes da população.
Entre as mais frequentes estão a carência de médicos, principalmente pediatras, na rede pública de saúde e o déficit de quase 8.000 vagas em creches e pré-escolas, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação.
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