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Eleição em Maceió reúne ex-prefeitos milionários e nome apoiado pelos Calheiros

Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) aposta em apoio de clã político para vencer pleito na capital alagoana

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Maceió

Com dois ex-prefeitos na disputa e um ex-governador como vice de chapa, a eleição para a Prefeitura de Maceió tem também novatos na disputa partidária. Com dez candidatos, o pleito na capital de Alagoas tem ainda um ex-promotor e uma ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas.

Estreante nas urnas, Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) pediu exoneração do cargo de procurador-geral de Justiça em março para concorrer na eleição. Ele foi secretário da Segurança Pública na gestão do governador Renan Calheiros Filho (MDB) e tem o apoio do prefeito Rui Palmeira (sem partido).

Mendonça aposta no apoio dos Calheiros para vencer a disputa. "Não dá para levar essa cidade adiante se você não tiver as portas abertas com o governo do estado e o governo federal. Não são para o prefeito essas portas abertas, mas para o cidadão lá na ponta, que precisa de políticas públicas. Não é à toa que eu estou ladeado aqui pelo governador do estado, que será um dos maiores parceiros de Maceió”, disse, em nota, ao oficializar a campanha.

Deputado federal mais votado em Alagoas em 2018, João Henrique Caldas (PSB) se uniu com Ronaldo Lessa (PDT), ex-governador de Alagoas por duas vezes, numa das chapas, que tem apoio do PSDB.

“Em Maceió, serei o prefeito que sabe resolver os problemas do presente, mas que nunca vai deixar de ter um olhar para o futuro”, escreveu Caldas em suas redes sociais.

Prefeito de Maceió de 2005 a 2012, Cícero Almeida (DC) retirou a candidatura no último dia 2, mas voltou ao pleito poucas horas depois.

O motivo da desistência foi um suposto apoio do seu partido, Democracia Cristã, a Caldas –essa justificativa foi desmentida pelo diretório municipal da legenda. Cícero disse que foi ameaçado para retirar a candidatura, sem dar detalhes. Depois, manteve a candidatura com o apoio do PTB, que indicou a vice.

Deputado federal entre 2015 e 2019, Cícero enfrentou investigações policiais durante sua carreira política. A Operação Taturana, deflagrada pela Polícia Federal em 2007, apurava fraude no imposto de renda na Assembleia Legislativa quando Cícero era deputado. Ele chegou a ser condenado a devolver R$ 195 mil aos cofres públicos e a perder os direitos políticos em 2016, mas ambas as decisões foram revogadas.

Outro caso em 2010, da Máfia do Lixo, por irregularidades no contrato de limpeza urbana, está ainda sob investigação, a ser julgado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Sobre as duas operações, Cicero nega irregularidades.

Outro candidato é o deputado estadual Davi Davino Filho (PP), filho do vereador Davi Davino (PP), já em seu sétimo mandato. A chapa tem o apoio do deputado federal Arthur Lira (PP), um dos líderes do centrão na Câmara dos Deputados, e de Marcelo Victor (Solidariedade), presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas.

Juntam-se a esses candidatos o advogado e ex-vereador Ricardo Barbosa (PT); o ex-prefeito de Maceió Corintho Campelo (PMN), que aos 76 anos tenta voltar ao comando da cidade; o engenheiro Josan Leite (Patriota), a ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas Valéria Correia (PSOL); o oficial de Justiça Cícero Filho (PC do B); e a jornalista Lenilda Luna (UP).

Entre os desafios a serem resolvidos em Maceió pelo próximo prefeito estão principalmente a questão das rachaduras e afundamento de bairros, por suspeita de efeito da atividade da mineração, e a obra de revitalização da orla, que seria entregue neste ano, mas ainda não foi concluída.

Em campanha, Rui Palmeira disse que conseguiria verbas federais para executar o projeto na orla. É um pacote financeiro de R$ 142 milhões para a construção de cerca de 1.800 apartamentos, escolas e quadras de esporte para auxiliar as famílias em situação de vulnerabilidade na região.

O prefeito disse no início deste ano que houve suspensão de liberação de verbas pelo governo federal, via Caixa Econômica. No mês de agosto, com o anúncio do projeto Casa Verde e Amarela, Palmeira disse, em entrevistas, que a revitalização da orla também seria retomada.

Dos 10 candidatos que disputam a prefeitura, 4 são milionários, de acordo com os bens declarados à Justiça Eleitoral: Josan Leite, com R$ 2,5 milhões, o deputado Caldas, com R$ 1,9 milhão, e os ex-prefeitos Campelo, com R$ 1,1 milhão, e Cícero, com R$ 1 milhão.

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